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MESSIAS ROCHA Domingo, 03 de Junho de 2018, 16:56 - A | A

03 de Junho de 2018, 16h:56 - A | A

MESSIAS ROCHA / MESSIAS ROCHA

COLUNA: Por nós, nos crivos da história: Michel Temer não passará!

Messias Rocha
Nova Mutum



Contrariando a expectativa generalizada de que teríamos algo de bom como resultante da sacrificante greve dos caminhoneiros, que resultou até em morte de trabalhador. Ainda que sem uma bandeira específica, com ocorrência de fatos lamentais, e tendo interesses escusos permeando as manifestações, o povo se uniu em torno do movimento dos guerreiros das estradas, aceitou correr o risco de faltar alimento na mesa e remédios nas farmácias; tudo em nome de mudanças que beneficiassem todo o conjunto da sociedade brasileira. Mas, mais uma vez, com discurso de quem resolve um problema, nosso ilustríssimo “presidente” apenas decidira alocar recursos de outros setores igualmente importantes ao de transportes para cobrir a despesa gerada pelo decréscimo no preço do diesel. Entretanto, o desfecho não precisaria ser necessariamente este se os nossos políticos honrassem sua condição de lideres do povo brasileiro como um todo, ao invés de se portarem como meros mantenedores de privilégios de algumas classes em detrimento de outras.

No curto prazo a redução do custo do diesel no bolso dos caminhoneiros poderia ser compensada, por exemplo, pela receita gerada da iniciativa de regulamentar o imposto sobre grandes fortunas, que, aliás, já está previsto no inciso VII, do artigo 153, da Constituição Federal desde 1988. E embora haja muita disposição em contrário no seio até daqueles que nem fortuna possui para ser tributada, o referido imposto não possui o condão de punir ninguém, uma vez que a sua finalidade ultima é estimular o afortunado à tirar seu tesouro do universo especulativo, que é o sistema financeiro, e que em nada acrescenta ao país, e aplica-lo em empreendimentos empresariais e industriais, gerando dessa forma mais empregos, mais dinheiro circulando, e consequentemente, maior arrecadação para o tesouro público. Mas ato corajoso como esse dificilmente seria empreendido por um sujeito que chegou da forma mais covarde possível ao posto que, por hora, ocupa: um golpe de Estado.

Já para o médio prazo poderia dar-se inicio, como sugeriu a jornalista Raquel Sherazade, a uma séria discussão a respeito da necessidade e viabilidade da expansão dos meios de transportes alternativos ao das estradas de rodagem: fluvial, ferroviário e aéreo. Mas aqui novamente caímos na sinuca de bico envolvendo o mau-caráter Michel Temer: como promover tal debate e ousar tanto em uma medida que mexeria com as estruturas estabelecidas que mantem os privilégios de parte daqueles que o colocara na presidência pra fazer justamente o contrário?! Manter o status quo de um país aonde apenas seis pessoas possuem renda correspondente à de 100 milhões de brasileiros!

Se nem Fernando Henrique Cardoso, o príncipe da sociologia, mesmo sendo ele pertencente a uma classe social – os intelectuais – que têm por objetivo de vida fazer a diferença no mundo, fazer uma passagem por este mundo digna de ser lembrada por toda a posteridade, ele quando teve em suas mãos a oportunidade de mudar os rumos da tragédia brasileira – que sãos as desigualdades materiais, cultural e educacional abissal–, se apequenou e escolheu ficar do lado mais forte, o que esperar de um infame que se aposentou aos 50 anos e agora quer fazer um trabalhador de carvoaria trabalhar até aos 65 pra se aposentar! Usando esperançamos gestos nobres da parte de um fascista cínico, inescrupuloso e que não tem caprichos nem mesmo com a sua própria biografia.

Mas se a força do povo unido nem der conta desse sujeito em vida, fiquemos tranquilos, ainda restará os crivos da história para nos vingar. Ali sim ninguém passa impune. Cada um vai parar exatamente no seu merecido lugar. Nos anais da história, covarde por honrado: Nunca Passará.

Messias Rocha – Policial Civil do Estado de Mato Grosso.



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