Mauro Fonseca/PowerMix
Nova Mutum-MT
Mesmo com a técnica do fraturamento hidráulico, conhecida como fracking, proibida em dezenas de municípios e estados brasileiros, Mato Grosso volta a ser palco de preocupação e controvérsia. A razão: um bloco da Bacia dos Parecis, localizado entre os municípios de Nova Mutum e Santa Rita do Trivelato, foi arrematado pela empresa Dillianz no último leilão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A informação foi divulgada em reportagem da Folha de S.Paulo e acendeu o alerta de especialistas e ambientalistas. Isso porque o bloco leiloado tem potencial para exploração de gás não convencional, justamente o tipo de gás que, segundo técnicos e organizações ambientais, só é economicamente viável por meio da técnica do fracking.
O fraturamento hidráulico é um método polêmico: consiste na injeção de grandes volumes de água misturada a produtos químicos em alta pressão, com o objetivo de romper formações rochosas no subsolo e liberar o gás natural ali contido. A prática, no entanto, é cercada de riscos e críticas. Entre os principais impactos apontados estão a contaminação de aquíferos, riscos à produção agrícola e ameaças a reservas ambientais.
Em Mato Grosso, o tema já foi alvo de debate político. A Assembleia Legislativa chegou a aprovar um projeto de lei que proibia o uso do fracking em todo o território estadual. No entanto, a proposta foi vetada pelo governador Mauro Mendes (União Brasil), sob o argumento de que a competência para legislar sobre a exploração de minérios é exclusiva da União.
A empresa Dillianz, que arrematou o bloco da Bacia dos Parecis, atua no setor do agronegócio. Ainda não se manifestou publicamente sobre a forma de exploração pretendida para a área adquirida. Ambientalistas temem que, caso o fracking seja adotado, os impactos possam ser sentidos não só em comunidades locais, mas em toda a cadeia produtiva e nos ecossistemas da região.
Organizações da sociedade civil já se mobilizam para tentar impedir o avanço da técnica no estado. A expectativa é que o debate se intensifique nos próximos meses, envolvendo governo federal, Congresso Nacional, órgãos ambientais, setor produtivo e comunidades atingidas.
Enquanto isso, o futuro da exploração de gás em Mato Grosso permanece incerto e cercado de questionamentos sobre seus custos ambientais e sociais.
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