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GERAL Sexta-feira, 27 de Fevereiro de 2015, 14:04 - A | A

27 de Fevereiro de 2015, 14h:04 - A | A

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Soja sobe em Chicago e continuidade dos protestos deixa preço da saca perto de R$ 70



Os preços da soja, mais uma vez nesta semana, fecharam com forte alta na Bolsa de Chicago. Entre os principais vencimentos, os ganhos superaram os 15 pontos e as cotações parecem ter rompido a barreira dos US$ 10,20 e agora tentam se consolidar acima desse patamar.

Com esse avanço e uma nova alta do dólar frente ao real - que fechou em R$ 2,87 -, os preços também explodiram no Brasil nesta quinta-feira (26). No porto de Rio Grande, a soja da safra nova terminou o dia batendo na trave dos R$ 70,00, com R$ 69,10 por saca, para o produto com entrega em maio/15, e subindo 2,37%. Em Paranaguá, o preço se manteve nos R$ 67,00, porém, no porto de Santos o valor da soja subiu mais de 4% no dia e fechou em R$ 68,00/saca.

Em Mato Grosso, o preço fechou em R$ 53,50 na quinta-feira(26).

No mercado internacional, ainda há reflexo da greve dos caminhoneiros no Brasil que, na tarde desta quinta, contabilizava mais de 100 pontos de paralisação em quase 10 estados. O fluxo de produtos segue interrompido e e, a demanda deve continuar mais concentrada nos EUA, enquanto já deveria estar se voltando para a América do Sul, principalmente no Brasil.

"Cada dia que passa é um dia parado de embarques, é um retardo da chegada dessa soja no mercado internacional, isso vem uma demanda maior no mercado americano para se proteger de uma possível escassez de produto. A demanda está muito forte e isso não permite que um mercado que é constante fique esse período grande parado", afirmou Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.

Somente no porto de Paranaguá, por exemplo, os pátios receberam 28 caminhões para descarregarem produto durante a parte da manhã e início da tarde, enquanto a média para esse período do ano é de 950. Ao longo do dia, nesta quarta (25), pouco mais de 200 veículos passaram pelo terminal ao longo do dia, nesse caso, é de 1600, segundo informações da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA).

O fluxo de embarques dos navios, ainda de acordo com a APPA,  segue normal, uma vez que há estoques de produtos para serem embarcados até, aproximadamente dia 2 de março. Assim, o mais complicado é o abastecimento dos estoques, ou seja, a chegada dos caminhões até os armazéns em um ritmo "normalizado".

Números do USDA - Além da situação de um Brasil parado, outro fator de alta para os preços da soja foi o relatório semanal de vendas para exportação reportado, nesta quinta, pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

As vendas de soja somaram 495,4 mil toneladas, contra 621,6 mil toneladas da semana anterior. Foram 459,2 mil toneladas da safra 2014/15 e mais 36,2 mil da safra 2015/16. Com esse volume, o total da oleaginosa norte-americana já comprometida nos EUA passa a ser de 47.121,3 milhões de toneladas, frente às 48,72 milhões projetadas pelo departamento para serem vendidas em toda a temporada 2014/15 que termina em 31 de agosto, ou 96,7% da estimativa geral.

"Existe cerca de 1,5 milhão de toneladas para serem vendidas até agosto, ou seja, há um período grande e um volume pequeno e, quando chegarmos na metade de março, eles já venderam tudo o que está programado e o mercado vai buscar mais produto na América do Sul. Mas, nessa situação, o atraso no transporte, são fatores que fazem com que os preços se consolidem patamares mais atrativos para o consumidor", diz Brandalizze.

As vendas semanais de farelo de soja somaram 85,1 mil toneladas, foram 91,4 mil toneladas da safra nova, porém, registrado um cancelamento de 6,3 mil da safra atual. Na semana anterior, esse número foi bem mais expressivo - 352,5 mil toneladas. No acumulado do ano comercial, as vendas de farelo de soja já totalizam 8.847,9 milhões de toneladas contra a perspectiva total de serem vendidas 11,61 milhões.

E o mercado do farelo, como parte do processo indissociável da cadeia da soja, também tem atuado de forma muito positiva sobre as cotações do grãos e também, consequentemente, do subproduto na Bolsa de Chicago. "A demanda por rações no mundo cresce acima das expectativas, com um inverno mais longo no hemisfério norte (...) entraremos em março com a maior parte das regiões (nos EUA) congeladas, sem pastagens ainda para os animais e isso já é reflexo direto na demanda por farelo", explica o consultor.

Fonte:SoNoticias



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