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O preço médio do litro do diesel vai passar de R$ 4,51 para R$ 4,91 a partir desta terça-feira (10), nas distribuidoras, após a Petrobras anunciar um aumento de 8,87% no preço do produto. Segundo o diretor executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Sindipetróleo), o reajuste já chegou nas bombas nos postos em Mato Grosso.
"O aumento é de tal magnitude que com o dinheiro que o revendedor conseguia vender o produto ontem, ele não compra mais hoje. Então ele teve que fazer esse reajuste, porque o prejuízo seria muito grande", afirma.
Nelson conta também que muitos postos ficaram sem ser atendidos pelas companhias que estão faturando hoje no preço mais caro. Ele afirma que o impacto incidirá sobre o frete.
"Nós temos uma economia baseada sobre rodas, principalmente no nosso estado, onde pouquíssimas coisas vêm por ferrovia. A grande produção nossa de grãos, dos insumos que importamos, tudo vem e vai de caminhão e isso, consequentemente, será encarecido pelo valor do frete", diz.
Além do preço do frete, o diretor afirma que o aumento do diesel deve impactar em toda a cadeia econômica no estado.
"O diesel irradia o aumento por toda a economia, Não é só a questão do preço do produto na bomba. Isso vai se refletindo, se replicando, na cadeia econômica como um todo. Estamos atravessando esse momento impactante e quem acaba sofrendo é o consumidor, que não tem o aumento do salário para acompanhar o aumento do preço dos produtos", analisa.
O aumento do preço
Segundo a petroleira, o diesel não sofria reajuste há 60 dias – desde 11 de março. Naquele momento, diz a Petrobras, a alta refletia "apenas parte da elevação observada nos preços de mercado".
Com o novo reajuste, o diesel já acumula no ano alta de 47% nas refinarias da Petrobras.
"Com esse movimento, a Petrobras segue outros fornecedores de combustíveis no Brasil que já promoveram ajustes nos seus preços de venda acompanhando os preços de mercado", afirma a estatal em nota.
A Petrobras afirma ainda que, considerando a mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da petroleira no preço pago pelo consumidor passará de R$ 4,06, em média, para R$ 4,42 a cada litro vendido na bomba.
O reajuste foi realizado enquanto as cotações de diesel e gasolina apresentavam defasagem em relação à paridade internacional, com a diferença em -27% para o primeiro e -22% para o segundo, conforme avaliação do Itaú BBA, na última sexta-feira.
Na semana passada, os preços internacionais do petróleo acumularam alta de quase 4%, com o barril do Brent se mantendo acima de US$ 110, depois que a UE delineou um embargo ao petróleo russo como parte de seu pacote de sanções mais duro até agora sobre o conflito na Ucrânia.
Preços ao consumidor em disparada
Na semana passada, o preço da gasolina subiu pela quarta semana seguida, e voltou a marcar um novo recorde nos postos de combustíveis do país, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)
O preço médio do litro da gasolina ficou em R$ 7,295 nesta semana, o que representa uma alta de 0,16% em relação ao levantamento anterior. Trata-se do maior valor nominal pago pelos consumidores desde que a ANP passou a fazer levantamento semanal de preços, em 2004.
O levantamento também apontou uma alta no preço do preço do diesel. Na semana, o valor combustível nos postos registrou um avanço de 0,30%, para R$ 6,630 o litro.