Vithória Sampaio/Gazeta Digital
Um ano e quatro meses após deixar a prisão, onde passou 30 dias sob a acusação de ser uma das mandantes da morte do advogado Roberto Zampieri, Maria Angélica Caixeta relata que sua vida nunca mais voltou ao normal.
Perseguida, caluniada e emocionalmente abalada, ela ainda enfrenta o luto pela morte do irmão, que teve seu estado de saúde agravado durante o período mais crítico de sua vida. Ela carrega o trauma de ver sua filha pequena e seu bebê recém-nascido afetados por uma acusação que ela garante ter sido baseada em uma denúncia anônima, jamais investigada com o devido rigor.
Em entrevista ao , Maria Angélica, presa injustamente, afirma que o que passou foi extremamente doloroso. Ela chegou a temer que sua família inteira fosse assassinada em decorrência de algo que, segundo ela, jamais cometeu. Mesmo após ser solta e não ter sido indiciada pela Polícia Civil, as marcas continuam presentes em sua vida. Para ela, a "liberdade ainda não existe".
“Somos discriminados, vivemos com receio constante. A Justiça me soltou, mas ainda não me devolveu à vida. Desde então, venho sofrendo hostilidade e perseguição de pessoas conhecidas e até de desconhecidos, que se sentem à vontade para me caluniar e constranger. É como se acreditassem que não haverá consequências para esse comportamento”, desabafa.
A prisão ocorreu em 20 de dezembro de 2023, em Minas Gerais, após uma denúncia anônima que a apontava como mandante do crime. O suposto motivo seria um conflito com o advogado que ela havia contratado para representá-la em ações envolvendo disputas territoriais e ameaças. A relação entre os dois teria se rompido após Maria descobrir que ele estaria agindo contra seus interesses.
“Rescindi o contrato, entrei com ações na esfera civil e criminal, e denunciei à OAB. Nunca imaginei que, por exercer meu direito de defesa, seria acusada de algo tão grave”, afirma.
Além das questões profissionais, ela relata coincidências que podem ter contribuído para que se tornasse suspeita. "Talvez também por infelizes coincidências, os suspeitos serem de Minas Gerais, não da minha cidade. Moro a 400 km de Belo Horizonte e, no dia do fato, eu tinha dois compromissos em Cuiabá, em uma corretora e na Secretaria de Segurança Pública, para tratar de assuntos envolvendo ameaças e grilagem de terras", explicou.
30 dias presa
Presa no dia 20 de dezembro na frente da filha, que tinha apenas 4 anos na época, Maria Angélica passou o natal, o ano novo e 30 dias longe da família. Segundo ela, foram dias cruéis e os piores de sua vida. O impacto emocional também afetou gravemente sua família, tanto financeiramente quanto psicologicamente.
“Foi uma acusação absurda, baseada em um viés de confirmação. Ninguém checou as informações com rigor. E, até hoje, pagamos por isso. Foram desdobramentos irreparáveis para minha família, especialmente no emocional e no financeiro. Ficamos traumatizados, com muito medo. Minha filhinha, ainda uma criança, até hoje sofre as consequências. Meu bebê nasceu prematuro, somos discriminados, meu irmão teve sua saúde agravada e faleceu, tentaram invadir nossa casa. Ficamos com a sensação constante de que podemos ser vítimas de alguém descontrolado a qualquer momento”, lamentou.
Repercussão do caso
Questionada se acompanha os desdobramentos do caso Zampieri, Maria Angélica admite que raramente lê as notícias, preferindo se distanciar dos detalhes.“É tudo muito assustador. Fico escandalizada com a proporção que isso tomou. E sigo com medo das pessoas que denunciamos anteriormente.”
Apesar de estar oficialmente livre, ela reforça que a sensação de liberdade continua distante.“Somos discriminados. Vivemos com receio constante. A Justiça me soltou, mas ainda não me devolveu a vida.”
O caso
Roberto Zampieri tinha 56 anos e foi assassinado na noite do dia 05 de dezembro, na frente de seu escritório localizado no bairro Bosque da Saúde, na capital. A vítima estava em uma picape Fiat Toro quando foi atingida pelo executor com diversos disparos de arma de fogo.
Aníbal, Etevaldo, Hedilerson e Antônio já estão presos pelo crime. Produtor Rural Aníbal, de 73 anos, é o mandante do assassinato. Coronel Luiz Caçadini é o financiador. Antônio é o atirador que matou Zampieri e Hedilerson é o intermediário - ele emprestou a pistola 9mm para Antônio matar o advogado.
Moisés 07/06/2025
A justiça do Brasil não funciona, Aliás , funciona mais para o lado errado do que para o lado certo, ( A justiça deve ser justa), mas aqui no Brasil não ultdwcrp1xé Deus é a verdadeira justiça !
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