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As negociações envolvendo o feijão de melhor qualidade seguiram pontuais ao longo da semana passada, conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP.
Quanto aos preços, produtores seguem sustentando posições firmes nas ofertas dos lotes, mas os valores continuaram pressionados pela maior oferta e pela demanda retraída.
Na quinta-feira (17/4), o feijão-carioca de alta qualidade estava cotado a R$ 267,73 a saca de 60 quilos no noroeste de Minas Gerais. Já o feijão-preto apresentava o preço de R$ 143,32 a saca no sul do Paraná.
No campo, até 13 de abril, 79,2% da área da primeira safra nacional havia sido colhida, segundo informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os dados de oferta e demanda divulgados pela Conab neste mês apontam certa estabilidade (-0,9%) na oferta interna de feijão para 2025.
Entretanto, segundo o Cepea, os números sinalizam que a produção de primeira safra, em fase final de colheita, deve sustentar a oferta brasileira, já que a segunda a terceira safras devem ser menores. A oferta de feijão-preto que deve ter o maior crescimento anual, de 20%, fato que reforça a queda de preços.
Para o Instituto Brasileiro dos Feijões e Pulses (Ibrafe), os números da Conab são superestimados para as três safras da leguminosa. “Produtores, agrônomos e corretores de Minas Gerais — o maior estado produtor de feijão-carioca — indicam que a área deverá ficar abaixo dos 108 mil hectares plantados no ano passado. Para a Conab, no entanto, a estimativa em Minas se mantém nos mesmos 108 mil hectares. O Paraná aparece no levantamento da estatal com uma área 27% menor e com 22% a menos na produção de feijão-carioca”, diz o instituto, em nota.
E acrescenta que a incidência de mosca-branca, aliada as temperaturas elevadas, deve fazer a produtividade das lavouras diminuir em 2024/25.