Mauro Fonseca/Da Redação
Brasil
O Banco Central (BC) suspendeu, de forma cautelar, a participação de três instituições financeiras no sistema Pix, após suspeitas de envolvimento em um ataque cibernético que teria resultado no desvio de pelo menos R$ 400 milhões. A informação foi confirmada pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que acompanha o caso.
As empresas afetadas pela decisão são a Transfeera, a Soffy e a Nuoro Pay. A suspensão, com validade de até 60 dias, está prevista no Artigo 95-A da Resolução nº 30 do BC, de outubro de 2020. Essa medida permite a exclusão temporária de participantes do sistema de pagamentos instantâneos quando há risco à segurança ou integridade do ambiente financeiro.
Segundo o BC, o esquema de desvio de recursos teria sido facilitado após um ataque à C&M Software, empresa fornecedora de tecnologia. A investigação ainda busca esclarecer se houve envolvimento direto das três instituições financeiras com os responsáveis pelo ataque.
Transfeera se manifesta
A Transfeera, única das três empresas autorizada pelo Banco Central a operar diretamente no Pix, informou por meio de nota que apenas as operações via Pix foram afetadas. Os demais serviços prestados pela empresa continuam funcionando normalmente.
"A Transfeera não foi afetada diretamente pelo ataque e está colaborando com as autoridades competentes para restabelecer o serviço o quanto antes", informou a companhia.
A empresa atua no setor de gestão financeira e pagamentos para empresas, com foco em soluções de automação de transferências bancárias e controle de fluxo de caixa.
Soffy e Nuoro Pay ainda não se pronunciaram
As fintechs Soffy e Nuoro Pay, que operam por meio de parcerias com instituições autorizadas, não têm autorização direta do BC para participar do Pix. Ambas ainda não se manifestaram publicamente sobre a suspensão.
A ausência de resposta aumenta a expectativa por mais detalhes sobre o possível envolvimento das fintechs no incidente de segurança, que comprometeu reservas financeiras mantidas por bancos junto ao Banco Central.
Investigação continua
O Banco Central afirmou que segue monitorando a situação e aprofundando as investigações em cooperação com órgãos de segurança cibernética e instituições financeiras. A prioridade, segundo a autoridade monetária, é garantir a estabilidade e a segurança do sistema Pix, que hoje é a principal ferramenta de pagamentos eletrônicos no Brasil.