Mauro Fonseca/Da Redação
Estados Unidos
Em artigo publicado nesta terça-feira (22), o economista americano Paul Krugman, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2008 fez um forte elogio ao sistema brasileiro de pagamentos instantâneos, o Pix, afirmando que o Brasil pode ter “inventado o futuro do dinheiro”. A análise foi publicada no jornal The New York Times sob o provocativo título: “O Brasil inventou o futuro do dinheiro? E isso chegará algum dia aos Estados Unidos?”
Krugman, que também é professor da Universidade da Cidade de Nova York, fez o comentário ao criticar a recente aprovação do Genius Act, primeira grande legislação americana voltada para o mercado de criptomoedas, sancionada no novo governo de Donald Trump, um conhecido entusiasta dos criptoativos.
Para o economista, a nova lei é um retrocesso e representa riscos futuros: “abre caminho para futuras fraudes e crises financeiras”, escreveu. Além disso, Krugman destacou que os Estados Unidos também aprovaram uma legislação que impede a criação de uma moeda digital emitida pelo banco central (CBDC), algo que poderia se assemelhar ao Pix brasileiro ou ao yuan digital já em funcionamento na China.
Em sua análise, Krugman destaca a eficiência do Pix, apontando como principais qualidades a instantaneidade das transferências e o baixo custo das transações. Ele também apresentou um dado contundente: enquanto 93% dos brasileiros utilizam o Pix regularmente, apenas 2% dos americanos usaram criptomoedas para compras ou pagamentos em 2024.
O economista vê no Pix uma solução muito mais eficaz e segura do que as criptomoedas, frequentemente vendidas como o "futuro das finanças" nos EUA. Em contrapartida, ele critica a resistência do governo americano em adotar ferramentas similares, que poderiam revolucionar o sistema financeiro do país.
O artigo reacende o debate internacional sobre inovações financeiras e coloca o Brasil em posição de destaque como pioneiro em sistemas de pagamento moderno. Para Krugman, o futuro do dinheiro pode já estar acontecendo e começou no Brasil.
