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GERAL Terça-feira, 10 de Setembro de 2019, 12:04 - A | A

10 de Setembro de 2019, 12h:04 - A | A

GERAL / SAÚDE

Por que a frutose engorda e faz mal?

Opa, espera aí! De qual frutose estamos falando?

Heliara Furlan
Nova Mutum-MT



Há pouco tempo atrás surgiu um grande “reboliço” sobre o assunto, após a publicação nas redes sociais de uma blogueira famosa, dizendo que a frutose causava esteatose hepática (gordura no fígado) e por isso seu consumo era contra-indicado. A partir de então, as pessoas passaram a ter medo de consumir frutas e até hoje surgem dúvidas a respeito. Então vamos lá... vou explicar um pouco mais sobre isso.

Vários estudos já nos revelaram que os açúcares simples são prejudiciais para a saúde. O açúcar da cana-de-açúcar (sacarose) quando digerido, se transforma em glicose e frutose. Que o excesso de glicose não é bom, isso já está claro. No entanto, o que alguns estudos recentes estão monstrando é que o excesso de frutose é ainda pior.

A frutose é um tipo de açúcar encontrado naturalmente nas frutas, no agave e no mel. Mas também vem sendo adicionada artificialmente pela indústria em alimentos como biscoitos, sucos de caixinha e em pó, massas prontas, molhos, barras de cereais, refrigerantes e doces,  que na lista de ingredientes vêm com nomes como: xarope de frutose e xarope de milho.

Esse xarope com alta concentração de frutose e sabor muito doce não é composto somente de frutose, mas de uma combinação quase em partes iguais com glicose. Após a absorção desses açúcares pelo intestino, a frutose é metabolizada no fígado primeiro que a glicose. A partir desse momento, quando ocorre excesso de frutose, desenvolve-se uma situação metabólica anormal denominada resistência à insulina.

Foto: Divulgação

Frutas

Quando a pessoa tem resistência à insulina, seu pâncreas produz esse hormônio, porém após o estímulo gerado pela glicose, a ação dessa insulina não é a ideal. Para corrigir essa resistência, o organismo acaba secretando mais insulina que, em níveis mais altos, consegue cumprir suas funções. Todavia, algumas vezes, esse mecanismo pode não ser eficiente e há um aumento na concentração de insulina e glicose no sangue, o que pode gerar um estado de pré-diabetes ou até mesmo de diabetes.

As alterações resultantes desse processo também são responsáveis pela síndrome metabólica, sendo muito frequente a associação com diabetes tipo 2, obesidade (especialmente do tipo abdominal), hipertensão arterial e dislipidemia, até mesmo a própria esteatose hepática. Outras condições são associadas, como a síndrome dos ovários policísticos.

E as frutas, onde ficam nessa história? Já as frutas in natura contém a frutose, mas vem combinada com vitaminas, minerais, fibras e muitos antioxidantes. Por essa sinergia, elas têm uma absorção intestinal e metabolismo no fígado mais lentos. As frutas combatem e previnem de diversas doenças, inclusive o câncer.

Percebem a diferença? Uma coisa é o consumo da frutose natural dos alimentos, outra é esse consumo frequente de alimentos industrializados ricos em aditivos químicos que mal sabemos a procedência. Mas também não queira comer uma melancia inteira ou um saco de laranjas de uma só vez, né? Nada em excesso é legal! Consuma de 3-5 porções de frutas, distribuídas entre as refeições ao longo do dia.

Dicas importantes:

1)      Dê preferência ao consumo de frutas orgânicas;

2)      Consuma as frutas com casca e bagaço, sempre que possível;

3)      Modere no consumo de sucos, mesmo que naturais, e quando consumi-los que seja acrescido de vegetais e/ou sementes, sem adição de açúcar e sem coar;

4)      Evite o consumo de alimentos industrializados, mas quando comprá-los, se atente ao rótulo! Saiba que a lista de ingredientes vem em ordem decrescente, o primeiro é o que mais tem no produto. Fuja dos que contenha xarope de milho, xarope de glicose e frutose.

5)      Desembale menos e descasque mais!

Foto: Arquivo Pessoal

Heliara Furlan


Heliara Furlan – CRN/1: 9900

Nutricionista graduada pela Universidade Federal de Mato Grosso;

Especialista em Nutrição Clínica; Pós-graduada em Saúde do Adulto e Idoso com ênfase em Cardiovascular pelo Programa de Residência Multiprofissional; Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional.



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