Da Redação/FolhaMax
Rondonópolis/MT
O fechamento da Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis (Coder), anunciado pelo prefeito Cláudio Ferreira (PL) na noite de segunda-feira (7), revoltou funcionários da empresa, que possui aproximadamente 600 colaboradores. Durante a reunião em que o gestor fez o comunicado, diversos servidores questionaram a medida, afirmando que muitos estão há décadas na autarquia.
O prefeito de Rondonópolis, Cláudio Ferreira, anunciou o fechamento da Coder durante uma reunião com funcionários da autarquia, que teria uma dívida superior a R$ 260 milhões. O gestor apontou que a empresa vive um momento delicado, citando ainda que o encerramento da autarquia será efetivado com a Prefeitura arcando com os direitos trabalhistas de todos os servidores.
Criada pela Lei Municipal nº 523, em 8 de julho de 1977, a Coder completa, nesta terça-feira (8), 48 anos de existência. Para extinção da autarquia, no entanto, o gestor terá que enviar um projeto de lei para a Câmara Municipal de Rondonópolis, que aprovará ou não a medida. Após o anúncio, o prefeito foi extremamente vaiado pelos que estavam presentes no local.
Ele saiu às pressas sendo chamado de "covarde", tendo inclusive uma servidora questionado a Cláudio Ferreira sobre a decisão, durante o encontro. “Prefeito, nós estamos aqui esperando sua visita. Ninguém veio te desmoralizar. Estamos aqui pelas mães e pais de família. Isso aqui não é justo. São 10 anos da minha vida! Passamos por luta para conseguir esse concurso. Não foi de graça. E agora o que estão fazendo com a gente? Sabiam do que estava acontecendo e não fizeram nada. Quem vai pagar somos nós, pais e mães de família, que não têm outra opção”, disse a mulher.
Em resposta, o prefeito afirmou que também seria uma "vítima", já que herdou a empresa com mais de R$ 260 milhões em dívidas, sem certidão negativa e impossibilitada de firmar novos contratos. Cláudio Ferreira ressaltou que o modelo da empresa seria obsoleto e que a mesma só está funcionando por conta de uma decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE), sugerindo a criação de uma cooperativa, que não contou com a aprovação dos funcionários.
“Cooperativa para nós não serve. Vai ter gente que irá aceitar, porque precisa trabalhar, mas não é justo. A gente tem história aqui dentro”, rebateu a servidora.