Diego Frederici/FolhaMax
A Quarta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJMT) reduziu a pena de três pessoas que atrairam e mataram Ionilson Pereira Bispo, que não aceitava o fim de um relacionamento amoroso e ameaçava sua ex-namorada com a divulgação de vídeos íntimos. A ex-companheira da vítima arquitetou o plano, executado por outros dois comparsas, inicialmente condenados a 31 anos e 1 mês de prisão, e que agora deverão cumprir 27 anos e 2 meses na cadeia. O crime ocorreu em Alto Garças (357 Km de Cuiabá) no ano de 2022.
Os magistrados da Quarta Câmara seguiram por unanimidade o voto do desembargador Lídio Modesto, relator das apelações criminais ingressadas pelo trio - Carlos Antônio dos Santos Santana, Leonardo de Jesus Souza Vasconcelos e Estefani Meirieli. A sessão de julgamento ocorreu na tarde do dia 27 de novembro.
Em seu voto, o desembargador Lídio Modesto retirou a qualificadora do art. 157, § 2º, II, do Código Penal, que prevê o aumento da pena de roubo - inicialmente, estabelecida entre 4 e 10 anos -, de 1/3 até a metade, se o crime for praticado por duas ou mais pessoas.
Assim, a soma total de penas dos réus atinge 81 anos e 6 meses de prisão, com cumprimento inicial em regime fechado.
Conforme a denúncia do Ministério Público do Estado (MPMT), o crime aconteceu em fevereiro de 2022, no Parque Municipal de Alto Garças.
Estefani namorou a vítima e, quando decidiu colocar um fim no relacionamento, Ionilson não aceitou e passou a chantageá-la, afirmando que tinha vídeos íntimos dela e que divulgaria caso não reatassem. Ela revelou a Leonardo de Jesus, um dos comparsas, que estava sendo chantageada e pediu ajuda para obter o celular de Ionilson e apagar as imagens. Ele aceitou o plano, e chamou Carlos Antônio para sua execução.
Estefani ficou responsável por entrar em contato com a vítima e atraí-la para o local de encontro. No dia dos fatos, ao ir até o ponto combinado, Ionilson foi surpreendido por Leonardo e Carlos, que iniciaram a “brutal sessão de espancamento” com o intuito de subtrair o celular em questão. A vítima morreu de tanto apanhar.