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GERAL Sexta-feira, 20 de Agosto de 2021, 13:55 - A | A

20 de Agosto de 2021, 13h:55 - A | A

GERAL / ATAQUES AO SUPREMO

Autoridades de Mato Grosso defendem respeito à democracia

Parlamentares foram contra extremismos e mensagens de apologia a ataques contra as instituições da democracia brasileira

MAJU SOUZA/RENAN MARCEL



A ação da Polícia Federal contra o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Brasil (Aprosoja Brasil), Antônio Galvan, repercutiu na manhã desta sexta-feira entre as autoridades políticas mato-grossenses. Com exceção do vice-líder do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) na Câmara Federal, o deputado José Medeiros (Podemos), os outros parlamentares foram contra extremismos e mensagens de apologia a ataques contra as instituições da democracia brasileira, como o Supremo Tribunal Federal (STF).  

O governador Mauro Mendes (DEM) se esquivou de avaliar o mérito das decisões do ministro Alexandre Moraes, que determinou a ação contra Galvan.  Mas lembrou que "a democracia custou caro para o Brasil. Não queremos retroceder. Não é com ameaças, mas com diálogo e com respeito que nós vamos construir um país melhor."

Foto: Mayke Toscano/Secom-MT

bolsonaro e mauro mendes

 

"Infelizmente, temos visto muitas declarações com desrespeito e valores que não vão construir uma sociedade e uma democracia. Temos que resgatar o respeito e a seriedade nas redes sociais, tendo a verdade como eixo central da conversa", completou o governador.

Ex-ministro da Agricultura e agora deputado federal, Neri Geller (PP) disse que é totalmente contra a proposta de ruptura institucional da qual Galvan está sendo investigado.  A operação da PF também investiga o cantor e ex-deputado Sérgio Reis e o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) e ela foi motivada após o vazamento de um áudio em que Sérgio Reis defende a paralisação de caminhoneiros para pressionar o Senado a afastar ministros do STF. Diante disso, subprocuradores-gerais pediram à Procuradoria da República, no Distrito Federal, a abertura de investigação a respeito do caso.

A gravação foi feita no dia 12 de agosto. Sérgio Reis foi à Aprosoja, segundo a própria instituição, para angariar apoio à manifestação para o próximo dia 7 de setembro a favor do presidente da República.

"Eu sou radicalmente contra isso. Reconheço que a Aprosoja Mato Grosso faz um trabalho equilibrado. Eles têm uma postura  a favor do governo, o que é legítimo. Agora, utilizar a entidade para patrocinar a possibilidade de fazer ruptura institucional, trancar a rua, ameaçar o Senado Federal, 'se não fizer o que estamos mandando vamos parar o país'. Aí não, mas pode até defender o impeachment dos ministros, porque isso faz parte do processo democrático", lembrou Geller. 

Foto: Grupo Abril

Alexandre de Moraes

 

O senador Wellington Fagundes (PL) disse que o cantor Sérgio Reis veio a  público pedir desculpas pelas declarações feitas, mas "às vezes o ofendido não pode não aceitar". O senador lembrou que há caminhos legais para questionar as decisões do ministro Alexandre de Moraes. "Essa decisão do ministro pode ser questionada. Com certeza, o que ele está tomando como decisão será analisada pelo Pleno do Supremo. Então eu não vou questionar aqui a decisão do ministro, quem tem que fazer isso são os partidos ou os atingidos. E caberá ao Pleno a decisão e nós estamos falando do Supremo, portanto é a palavra final."

Na contramão dos demais, José Medeiros, avalia que um Poder está se sobrepondo sobre o outro, e a limitação da "liberdade de expressão" é o que compromete o que ele considera ser a democracia. "Ontem eu ouvi um ministro dizer que comentários anti ciência não estão cobertos pelo direito à liberdade de expressão. Então eu disse: pode cercar o Brasil e prender quase todo mundo, porque a maioria da população é cristã, acredita em Deus e a ciência não acredita em Deus", argumentou. 



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