Após ouvir a opinião de seus associados nesta quarta-feira (25), a Associação Comercial e Empresarial e Câmara de Dirigentes Lojistas de Nova Mutum (Acenm/CDL) manifestou solidariedade ao protesto dos caminhoneiros contra o aumento do diesel e o preço do frete, considerado baixo pela categoria. O manifesto que completou uma semana hoje já tem atos registrados em pelo menos 13 estados, incluindo o Mato Grosso, com interdição de rodovias e acessos a portos. Em Nova Mutum há um ponto de bloqueio da BR 163 no trevo de acesso a São José do Rio Claro.
Praticamente 100% dos associados da Acenm/CDL se disseram solidários às causas dos caminhoneiros, porém as opiniões são variadas sobre a greve e bloqueios. Mesmo assim, a grande maioria, cerca de 70%, é a favor dos protestos.
Reivindicações dos caminhoneiros
Apesar de não haver uma pauta unificada de reivindicações, os manifestantes reclamam, principalmente, da alta do preço do diesel, da redução do preço do frete e do valor dos pedágios. Os caminhoneiros alegam que o diesel ficou mais caro depois que o governo elevou as alíquotas do PIS/Cofins e da Cide, em janeiro, resultando em uma alta de R$ 0,15 por litro do combustível. Alegam também que o preço do frete teve uma queda de 37% em todo o país nos últimos cinco meses, enquanto houve alta nos custos de manutenção dos caminhões e das safras de produtos agrícolas.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) rebate os caminhoneiros dizendo que o preço do frete é livre, negociado entre contratante e contratado. O que se regulamenta é apenas a forma de pagamento, para fins fiscais. Já as entidades do setor de transportes como a Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam) afirmam que o valor do frete, hoje, é definido por uma tabela de referência feita pelas transportadoras e apontam a existência de um “cartel informal” do preço do frete.
Manifesto em Nova Mutum
Em conversa com os caminhoneiros parados no trevo sul de Nova Mutum, a Acenm/CDL convida seus associados e comerciantes que quiserem manifestar apoio ao movimento a se encontrarem no local do bloqueio (em frente ao posto Águia Branca) nesta quarta e quinta-feira (25 e 26), das 16 às 19h. A entidade pede ainda às pessoas que quiserem tomar conhecimento do manifesto que ajudem levando água, gelo e alimentos não perecíveis, e que levem a água para consumo próprio, pois há muitos caminhoneiros no bloqueio precisando de suprimentos.
“Somos solidários ao manifesto organizado pelos caminhoneiros por entendermos que a causa é justa e que os ganhos serão de toda a sociedade. Participamos de algumas reuniões buscando soluções a curto prazo, pois nossa maior preocupação é que, com o prolongamento dessa manifestação, haja problemas na colheita e logística da safra e esse prejuízo reflita no comércio. Precisamos ir a fundo para resolver esse problema, mas com a consciência de que podemos criar outro ainda maior caso a safra seja comprometida. Outro temor é pelo desabastecimento que já atinge alguns segmentos empresariais como combustíveis, farmácias e supermercados e não demorará a chegar a outras categorias”, expõe o presidente da Acenm, Jimmy Huppes.
Fonte:Assessoria