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Brasília/DF
A Câmara dos Deputados deve passar por uma reconfiguração significativa na composição de suas bancadas estaduais. Um projeto em tramitação no Senado propõe o aumento do número total de parlamentares de 513 para 531 cadeiras, acréscimo de 18 vagas, o que impacta diretamente a representatividade de diversos estados na Casa. Mato Grosso está entre os beneficiados com a mudança e passará a contar com 10 deputados federais, dois a mais do que os atuais oito.
A redistribuição das vagas é baseada em critérios populacionais, conforme determina a Constituição Federal. O objetivo é corrigir distorções na representatividade entre os estados, garantindo maior proporcionalidade entre número de habitantes e representantes eleitos.
Estados mais beneficiados
Além de Mato Grosso, outros estados que terão aumento no número de deputados são:
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Pará (PA): de 17 para 21 (+4)
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Santa Catarina (SC): de 16 para 20 (+4)
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Amazonas (AM): de 8 para 10 (+2)
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Minas Gerais (MG): de 53 para 54 (+1)
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Paraná (PR): de 30 para 31 (+1)
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Ceará (CE): de 22 para 23 (+1)
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Goiás (GO): de 17 para 18 (+1)
Em contrapartida, os estados que não terão alteração na quantidade de representantes são aqueles já no limite mínimo (8 cadeiras) ou que mantêm proporcionalidade estável, como São Paulo (70), Rio de Janeiro (46), Bahia (39), entre outros.
Impacto político e regional
O aumento na bancada de Mato Grosso reflete o crescimento populacional e a importância política e econômica do estado. Com mais representantes na Câmara, a expectativa é de que o estado ganhe maior força nas decisões nacionais, especialmente em pautas relacionadas ao agronegócio, infraestrutura e questões ambientais.
Segundo parlamentares mato-grossenses, a ampliação é vista como uma oportunidade para fortalecer a voz do estado em Brasília e garantir mais recursos federais por meio de emendas parlamentares.
Próximos passos
O projeto que altera a composição da Câmara ainda precisa ser aprovado pelo Senado. Se sancionado, valerá já para as próximas eleições gerais, previstas para 2026. Especialistas acreditam que a medida deve gerar discussões mais amplas sobre a necessidade de uma reforma política e sobre o equilíbrio federativo no Brasil.
A atualização das bancadas também trará reflexos na distribuição de tempo de propaganda eleitoral e no fundo partidário, já que esses critérios também levam em conta o número de deputados federais eleitos por cada legenda.