Alexandra Lopes/Folhamax
Sinop-MT
A Polícia Civil de Sinop (500 km de Cuiabá) descartou a hipótese de que a psicóloga Janaína Carla Portela Santin, de 43 anos, tenha cometido suicídio com um tiro na cabeça. De acordo com o delegado Ugo Mendonça, que investiga o caso, exames iniciais mostraram que o tiro que ela levou com uma pistola de calibre 380 não foi feito com a arma encostada na cabeça dela.
O delegado acredita que o marido dela, que tem 44 anos, mexeu na cena do crime e também se feriu na perna para tentar enganar as investigações. O suspeito inicialmente disse que tinha tido uma discussão com Janaína, e que ela teria pegado a arma e atirou nele. Disse ainda que um tiro o atingiu na perna dele e que Janaína depois teria se matado, nesta segunda-feira (16).
Porém, a Perícia Oficial e Identificação Técnica verificou que a versão dele tinha inconsistências. Os peritos analisaram a cena e notaram que não havia marcas de tiro indicando que alguém se matou encostando a arma na cabeça, o que é comum em suicídios, mas que não foi encontrado nesse caso.
O delegado acompanhou o exame de necropsia e reforçou que não havia sinais de que Janaína tenha tirado a própria vida Ele acredita que o marido alterou a cena do crime, mudou a posição do corpo e até atirou nele mesmo, simulando que Janaína fez os disparos. O ângulo do tiro na perna do suspeito também condiz com um disparo feito por ele mesmo.
"Acredito que ele mesmo efetuou os disparos, simulando que a vítima teria efetuado esses disparos, e acredito que ele mesmo efetuou o disparo na perna dele, que é compatível o ângulo de entrada e saída com a direção do disparo pelo fato dele ser destro. A principal informação era descartar o tiro encostado, que é típico do suicídio, não tendo esses sinais de disparo encostado na cabeça, fica afastado da hipótese de suicídio", informou o delegado em entrevista à imprensa de Sinop.
A PJC continua investigando, mas já tem elementos suficientes para acusar o marido pela morte de Janaína. Ele está preso por suspeita de feminicídio e o delegado vai pedir a prisão preventiva. "Agora, foi feita a prisão em flagrante, encaminhado ao Ministério Público e Judiciário, outras diligências ainda serão efetuadas, mas eu acredito que já tem elemento suficiente para responsabilizar ele pela morte dessa mulher. O principal mesmo era descartar a hipótese de tiro encostado, que é típico do suicídio. Não tendo esse tiro encostado, não tendo esses vestígios, não tem como sustentar a versão dele de que ela praticou suicídio. Ele está preso por suspeita de feminicídio