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AGRONEGÓCIOS Sexta-feira, 20 de Junho de 2025, 08:10 - A | A

20 de Junho de 2025, 08h:10 - A | A

AGRONEGÓCIOS / AGRICULTURA

Cheiro de cadáver? Conheça a flor mais fedida do mundo

Além do mau cheiro, a planta também exala calor para atrair polinizadores.

GloboRural
Brasil



A planta mais fedida do mundo tem fama merecida: conhecida como flor-cadáver, a gigante tropical chama atenção por seu tamanho, sua raridade e, principalmente, pelo cheiro inconfundível de carne podre. Conheça mais sobre ela.

O odor fétido é liberado durante sua floração para atrair polinizadores como moscas-varejeiras e besouros necrófagos, que confundem o aroma com o de matéria orgânica em decomposição.

Em entrevista à Globo Rural, o biólogo Rodrigo de Andrade Kersten, doutor em Conservação da Natureza pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, explica que o cheiro ruim, na verdade, é uma estratégia evolutiva sofisticada.

Além de liberar o odor de cadáver para atrair os polinizadores certos, a planta também gera calor, num processo de termogênese, que ajuda a dispersar os compostos voláteis no ar e simular ainda mais a presença de um corpo em decomposição.

Segundo o biólogo, essas estratégias evolutivas tornam ver a flor-cadáver desabrochar um evento raro. Mesmo após a primeira floração, ela pode levar entre 3 e 5 anos para florescer novamente. “É um esforço enorme para a planta, que precisa acumular muita energia. Por isso, a floração é tão esporádica, mesmo em cultivo controlado”, diz Kersten.

Apesar do sucesso em jardins botânicos, como o de Edimburgo, onde em 2024 um exemplar apelidado de New Reekie atraiu milhares de visitantes, a Amorphophallus titanum está ameaçada de extinção em seu habitat natural, nas florestas tropicais de Sumatra, na Indonésia.

O desmatamento para extração de madeira e a fragmentação do ecossistema têm reduzido drasticamente suas chances de reprodução. “Essa é uma das regiões com maior pressão de desmatamento no mundo, ao lado da Amazônia. E com as mudanças climáticas, torna-se ainda mais difícil simular os ciclos naturais da planta”, alerta o pesquisador.



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