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AGRONEGÓCIOS Quinta-feira, 13 de Março de 2025, 08:55 - A | A

13 de Março de 2025, 08h:55 - A | A

AGRONEGÓCIOS / CRISE FABRICADA

Grupo do agro gerido pelo ex-prefeito de Sorriso/MT prepara recuperação judicial de R$ 2 bilhões

KARINA SOUZA E LUIZ HENRIQUE MENDES/The Agri Bizz
Sorriso/MT



Sem chegar a um acordo com os credores, o Grupo Safras prepara um pedido de recuperação judicial. A medida nunca foi a preferida dos controladores — Dilceu Rossatto e Pedro Moraes Filho —, mas se tornou inevitável diante da gravidade da crise.

Com um passivo da ordem de R$ 2 bilhoes, cerealista de Mato Grosso vinha tentando remediar a situação com medidas como entrega de armazéns arrendados - uma forma de reduzir custos e despesas. No entanto essas medidas se mostraram insuficientes, disse uma fonte. “A companhia ainda tem dificuldade de saber o tamanho do problema”, notou uma fonte que acompanha a crise do Grupo Safras.

Internamente, a empresa já chegou a admitir que a integração com a Copagri foi caótica, com problemas no sistema de gestão que dificultaram o controle do balanço e, no fim do dia, da gestão do caixa. Na lista de credores, a paraense Flowinvest possui a maior exposição, com mais de R$ 300 milhões em um FIDC.

Em seguida, estão Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. A companhia também possui um passivo relevante no mercado de capitais. Quando assumiu a Copagri, herdou um CRA de R$ 150 milhões. Entre os investidores desses títulos, estão Vectis e Itaú Asset.

O Fiagro das duas casas (VCRA11 e RURA11) possuem o CRA da Copagri no portfólio. Com a recuperação judicial iminente, os credores do mercado de capitais também devem sofrer com um desconto sobre o valor da dívida, além do atraso nos pagamentos — até então, o Grupo Safras estava adimplente com o CRA.

Ainda há muita água para rolar na recuperação judicial, mas é bem possível que os credores precisem aceitar um desconto de pelo menos 50% sobre da dívida para tentar alguma recuperação. No mercado, há dúvida sobre a capacidade de retomada da companhia.

Na melhor das hipóteses, os ativos do Grupo Safras valeriam R$ 1 bilhão, calculou uma fonte.



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