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GERAL Terça-feira, 17 de Junho de 2025, 13:43 - A | A

17 de Junho de 2025, 13h:43 - A | A

GERAL / INTERNACIONAL

Rússia mata pelo menos 16 pessoas em ataques a Kiev e outras cidades

Autoridades ucranianas declararam um dia de luto nesta quarta-feira

UOL



Ao menos 16 pessoas, incluindo um cidadão americano, morreram nesta terça-feira (17) em bombardeios russos contra Kiev. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, classificou a agressão como "um dos piores ataques" contra a capital desde o início da guerra, em fevereiro de 2022.

Com informações de Emmanuelle Chaze, correspondente da RFI em Kiev, e AFP

Na rede social X, Zelensky denunciou os bombardeios russos, salientando que mais de 440 drones e 32 mísseis foram lançados contra Kiev e várias outras regiões da Ucrânia. Segundo o presidente, "uma área inteira de um prédio residencial" foi destruída na capital e as equipes de emergência procuravam sobreviventes entre os escombros.

O ministro ucraniano do Interior, Igor Klymenko, indicou que "27 locais" foram alvos dos ataques russos em Kiev. Além dos 16 mortos, os bombardeios deixaram 139 feridos.

Entre as vítimas, um cidadão americano de 62 anos morreu em uma casa do distrito de Solomyansky, no coração da capital. A informação foi confirmada pelo prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, no Telegram.

Diante de um buraco deixado pelo ataque russo, no lugar onde até a noite passada existia prédio residencial, uma moradora conta à RFI: "Tudo foi destruído desse lado, ali só havia apartamentos de três cômodos".

No local, dezenas de socorristas, voluntários e policiais trabalhavam nesta manhã, cercados por vítimas e moradores, em busca de notícias de familiares desaparecidos.

Estações de metrô

Foi "uma noite infernal", conta a estudante Alina, de 20 anos. "É muito difícil imaginar o que as pessoas estão vivendo neste momento", reitera.

Prédios residenciais, instituições de ensino e instalações de infraestrutura foram atingidas. Centenas de moradores de Kiev se refugiaram em estações de metrô, alguns deles com seus animais de estimação.

Um outro morador de Kiev, Seguii, explicou que o ataque russo o acordou brutalmente no meio da noite. "Eu estava dormindo e houve uma explosão. A janela se partiu e fiquei submerso por cacos de vidro."

Em Odessa, cidade portuária no sul da Ucrânia, o governador Oleg Kiper, relatou que uma pessoa morreu e pelo menos outras 13 foram hospitalizadas devido aos ataques. "Algumas pessoas podem estar presas nos escombros", acrescentou.

As autoridades ucranianas também indicaram que uma pessoa morreu nos ataques russos contra a região de Sumy, no norte.

Guerra na Ucrânia é ofuscada por conflito Israel x Irã

Essa nova onda de bombardeios russos ocorre durante a cúpula dos países do G7 no Canadá, onde a guerra na Ucrânia está sendo ofuscada pelas hostilidades entre Israel e Irã. O presidente ucraniano exortou a comunidade internacional a "não fechar os olhos" diante das ações de Moscou.

Segundo Zelensky, "Putin faz isso apenas porque pode continuar com a guerra". "Ele quer que a guerra prossiga", acrescentou.

O chefe de gabinete da presidência ucraniana, Andrii Yermak, escreveu nas redes sociais que "é assim que a Rússia combate, mata civis deliberadamente em casas normais e comuns".

Moscou alega ter visado apenas infraestruturas militares nos ataques desta terça-feira. O Exército russo também relatou ter interceptado cerca de 200 drones ucranianos sobre seu território durante a noite.

Negociações estagnadas

As negociações de paz entre Moscou e Kiev estão estagnadas, com os dois lados inflexíveis sobre suas exigências. Moscou rejeitou a trégua "incondicional" exigida pela Ucrânia e seus aliados europeus. Já Kiev descartou as demandas de Moscou, que chamou de "ultimatos".

Zelensky declarou na segunda-feira (16) que esperava conversar com o presidente americano, Donald Trump, sobre a compra de equipamentos militares por parte da Ucrânia, à margem da reunião de cúpula do G7 no Canadá. No entanto, o encontro não ocorreu porque o líder republicano encurtou sua viagem após a assinatura de uma declaração conjunta do G7.

Andrii Yermak lamenta a ausência de uma "reação adequada" do "mundo civilizado". "Um Estado com armas nucleares pode simplesmente matar civis em prédios, recusar um cessar-fogo e não receber a reação adequada do mundo civilizado. Por quê? E quantos cidadãos e crianças ainda precisam morrer?", questionou.



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