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SORRISO Terça-feira, 26 de Janeiro de 2021, 13:12 - A | A

26 de Janeiro de 2021, 13h:12 - A | A

SORRISO / SORRISO

Vereador que teve diploma cassado nega que pagou professora para ensinar candidata a registrar candidatura

Justiça cassou diploma do PP e declarou vereador eleito inelegível

Luana Rodrigues/Portal Sorriso



O presidente do Partido Progressista (PP) de Sorriso e vereador eleito, Wanderley Paulo da Silva, declarado inelegível pela juíza da 43ª Zona Eleitoral, Paula Saide Biagi Messen Mussi Casagrande, negou, nesta terça-feira (26) que pagou uma professora para ensinar a candidata Maria de Fátima França Cabezas, conhecida como “Maria Pipoca”, a registrar sua candidatura. 

Conforme a ação de investigação judicial Eleitoral por abuso de poder proposta pelo Ministério Público Eleitoral de Sorriso, houve fraudes nas eleições 2020. Consta nos autos que o Partido Progressista registrou a candidatura da “Maria Pipoca” apenas para cumprir a exigência de pelo menos 30% de mulheres na formação da sua lista de candidatos ao Legislativo.  

Segundo o MPE, no decorrer da investigação ficou comprovado que a suposta candidata era analfabeta e chegou a receber algumas aulas para aprender a fazer uma ‘carta de próprio punho” solicitando o registro, mas, como não obteve êxito, o documento acabou sendo assinado por sua filha especial. 

Hoje, Wanderlei negou todas as acusações e disse que todos do partido foram tomados de surpresa pela condenação que cassou o diploma, declarando nulos todos os votos atribuídos ao PP. 

"A nossa candidata que mora em Sorriso há mais de 34 anos é 13 anos filiada em nosso partido, é uma candidata amiga nossa, quando convidamos, ela prontamente aceitou para ser a nossa candidata e ficamos por 8 meses preparando ela para o pleito eleitoral. Ela tem o seu título e sua identidade, as fichas de filiação ao nosso partido assinados por ela mesma. Ou seja, para nós, membros do partido, fomos pela presunção da boa-fé e de forma alguma e em nenhum momento percebemos que ela era analfabeta até pelos documentos que nos foram apresentados por ela".  

Wanderley disse que a própria candidata garantiu ser alfabetizada. "Ela falou que fez o Mobral [Movimento Brasileiro de Alfabetização] em Sorriso na escola Jardim Amazônia e que tinha diploma. Em função de todas essas circunstâncias presumimos a boa fé e ela foi inscrita como nossa candidata". 

Sobre a contratação de uma professora para que Maria escrevesse uma carta, de próprio punho para o registro de candidatura dela, Wanderley disse que houve uma confusão quanto à função da profissional. "O que nós temos não só para ela, mas para todos os candidatos e candidatas era uma professora para auxiliar falar em público diante das câmeras de televisão e que também deveria auxiliar a elaborar os projetos a serem apresentados à sociedade". 

O vereador ainda afirmou que a candidata fez o registro de candidatura por vontade própria e sem promessa de que ganharia algo em troca. "Entendo que ela foi instigada por adversários políticos, que consta nos autos, a ir procurar o Ministério Público. Isso não partiu da sua própria vontade. Ela deixa isso muito claro durante oitiva do processo". 

O parlamentar também negou que a candidatura de Maria tenha ocorrido apenas para cumprir com o percentual de mulheres na formação da lista de candidatos ao Legislativo. "O PP é o maior partido de Sorriso e tem uma das maiores quantidade de mulheres. Se fosse tão somente para fazer cota de gênero, nós teríamos 'n' pessoas, mas na hora de buscar os candidatos nós queremos é voto e a nossa candidata pela sua vida, pelo seu trabalho de catar reciclagem, por ser conhecida no seu bairro, conhecer todos os políticos na história de Sorriso, ela sim tinha um grande potencial para receber votos". 

Se a decisão não for revertida, quem pode assumir? 

Wanderley foi declarado inelegível pela Justiça, que determinou ainda que o mandato conquistado pelo PP deverá ser distribuído aos demais partidos que alcançaram o quociente partidário. A sentença ainda é passível de recurso. 

Segundo Wanderley, que segue como vereador, ele irá recorrer junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). "Respeitamos a decisão da juíza, mas não concordamos. Vamos fazer os procedimentos legais e vamos recorrer.  Permaneço como vereador e vou continuar defendendo os direitos da sociedade sorrisense porque eu entendo que Sorriso não pode parar". 

Caso o vereador não consiga reverter a decisão e tenha o mandato cassado, ainda não há como saber quem poderia assumir a vaga dele na Câmara de Vereadores de Sorriso, haja vista que teria que ser feita uma nova contagem de votos pelo TRE. 

Câmara se pronuncia 

Por meio de nota, a Câmara Municipal de Sorriso, através de seu presidente, o vereador Damiani da TV, informou que não foi notificada oficialmente da decisão judicial e esclarece à população que cumprirá com todas as determinações judiciais exaradas pelo Poder Judiciário tão logo seja comunicada. 

"A Câmara Municipal de Sorriso esclarece que o referido processo não tem qualquer relação com atos deste Parlamento", consta na nota. Leia na íntegra aqui



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