Wesley Moreno/PowerMix
Nova Mutum/MT
A Ferrogrão, ferrovia projetada para revolucionar o escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste brasileiro, foi o foco principal de uma reunião realizada nesta terça-feira (6) em Brasília, na sede do Sistema Transporte, entre representantes da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o Ministério dos Transportes. Com 933 quilômetros de extensão, a ferrovia ligará Sinop (MT) ao porto de Miritituba, no Pará, passando por Nova Mutum/MT, um dos polos agrícolas mais dinâmicos do Brasil. O encontro reforçou a urgência de viabilizar projetos estruturantes para uma logística mais eficiente, integrada e sustentável, com impacto direto na região.
A passagem da Ferrogrão por Nova Mutum destaca a relevância estratégica do município no corredor logístico planejado. A ferrovia pretende reduzir a dependência das rodovias, como a BR-163, e desafogar os portos do Sudeste, consolidando uma rota de alta capacidade pelo Norte do país. Durante a reunião, o diretor de Relações Institucionais da CNT, Valter Souza, enfatizou a necessidade de tratar a Ferrogrão como um projeto de Estado. “O escoamento da safra, especialmente em regiões como Nova Mutum, precisa ser estruturado, equilibrando impactos econômicos, sociais e ambientais. Essa ferrovia é uma solução moderna e sustentável”, declarou.
A gerente executiva governamental da CNT, Danielle Bernardes, reforçou a importância da multimodalidade e do planejamento de longo prazo. “Integrar modais é essencial para superar gargalos e aumentar a competitividade brasileira. A Ferrogrão, ao passar por Nova Mutum, será um pilar nesse processo, exigindo diálogo entre todos os envolvidos”, apontou. Pelo Ministério dos Transportes, participaram o subsecretário de Sustentabilidade, Cloves Benevides, a chefe substituta de Assessoria de Participação Social e Diversidade, Fani Mamede, e o coordenador-geral de Projetos Especiais e Mudança do Clima, George Yun.
A inclusão de Nova Mutum na rota da Ferrogrão promete beneficiar diretamente os produtores locais, reduzindo custos logísticos e ampliando a eficiência no transporte de grãos. Além disso, o projeto foi destacado como uma alternativa de menor impacto ambiental, aliviando o tráfego de caminhões e promovendo uma logística mais verde. Apesar disso, o andamento da ferrovia ainda depende de desdobramentos, incluindo a reconstrução da BR-319, também discutida no encontro.
Para Nova Mutum, a Ferrogrão representa uma oportunidade de consolidar seu papel como hub logístico no agronegócio, conectando a produção regional ao mercado internacional com agilidade e sustentabilidade. A iniciativa segue como uma aposta estratégica para o futuro logístico do Brasil, com a cidade desempenhando um papel central nesse avanço.
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