A greve dos profissionais da rede estadual de educação, que começou no dia 12 de agosto, afetou o calendário escolar de 2013, que só deverá terminar em janeiro de 2014. A previsão é do secretário de estado de Educação, Ságuas Moraes. No total, os 430 mil estudantes já perderam 27 dias de aula.
“Como a greve aconteceu no final do ano, e pelo tempo de duração, vamos adentrar no ano seguinte. Não terá férias. Teremos recesso de final de ano e retomaremos as aulas ainda em janeiro, para que a gente possa dar conta do atendimento do ano letivo de 2013”, declarou.
Na segunda-feira (16), os trabalhadores contrariaram decisão judicial e decidiram, em assembleia geral, manter a greve por tempo indeterminado. Eles pedem reajuste salarial de 10%, mais verba do estado para a educação, posse dos aprovados no concurso público de 2010 em Mato Grosso e inclusão da hora-atividade para os professores contratados.
Para Moraes, em termos de remuneração, não há motivo para que os profissionais parem as atividades. “Até porque, se observarmos a questão salarial, em Mato Grosso estamos pagando acima do piso nacional, que é R$ 1.569 para nível médio e R$ 2.353 para nível superior”. Em relação à posse dos classificados em concurso, o secretário disse que, até novembro, serão chamados mais 1.039 profissionais da educação e que está em análise a possibilidade de novo certame no próximo ano.
Ainda sobre o reajuste salarial, Ságuas diz que os grevistas estão certos na reivindicação, mas que o atual governo não pode tomar medidas que vão afetar as administrações futuras.
No entanto, na visão do secretário, para que as negociações evoluam é preciso que os profissionais retomem os trabalhos. “É importante que a gente possa estar em atividade também, porque são 27 dias letivos paralisados. Entendemos que a categoria precisa melhorar sua condição de trabalho e de remuneração. No entanto, a gente precisa da normalidade nas atividades também”, frisou.
Ságuas praticamente descartou a possibilidade de aumentar o repasse do orçamento do estado para a educação de 25% para 27%, como chegou a ser discutido com o Sintep-MT. “Isso gera impacto de R$ 250 milhões, R$ 300 milhões para o próximo ano. E nós analisamos que isso seria uma dificuldade de cumprir no ano que vem”.
Fonte:G1MT