A prisão do ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, José Geraldo Riva, esta tarde, é motivada por nova denúncia de que teria desviado mais de R$ 60 milhões dos cofres públicos com aquisições falsas envolvendo 5 papelarias de “fachada”. O advogado de Riva, Valber Mello, explicou que o ex-deputado ficou surpreso com a prisão. “Ele recebeu uma cópia do mandado de prisão preventiva, mas não sabe exatamente os motivos, e a defesa ainda não teve acesso, porque a medida foi cumprida hoje”, explicou. Ele apontou que, tão logo tenha acesso a decisão, impetrará recurso para tentar soltar Riva, que foi levado para o centro de ressocialização da capital (ala de custódia), após ser preso, pelo GAECO, em sua casa. “Essa prisão é ilegal, incomum, decretada na última hora de sexta-feira e cumprida em um sábado, o que inviabiliza a defesa a ter acesso aos documentos. Ainda conforme Mello, Riva não oferece qualquer risco a instrução criminal. O ex-presidente esponde por formação de quadrilha e 26 peculatos, em concurso material.
Conforme a denúncia do Ministério Público, em um ano, as empresas Livropel Comércio e Representações e Serviços Ltda, Hexa Comércio e Serviços de Informática Ltda, Amplo Comércio de Serviços e Representações Ltda, Real Comércio e Serviços Ltda-ME e Servag Representações e Serviços Ltda, venderam mais de 30 mil toners para a Assembleia, que contava com apenas 150 impressoras, na época.
O MP aponta que o "esquema era realizado na modalidade carta convite, pregão presencial e concorrência pública, e visava a aquisição simulada de material de expediente, de consumo e artigos de informática. As investigações do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), apontam que os materiais não foram entregues, apesar dos servidores terem atestado as notas de recebimento e a Assembleia tenha feito os pagamentos".
Ainda de acordo com o Gaeco, 80% do dinheiro desviado foi sacado na boca do caixa e repassado ao ex-deputado, na época primeiro secretário da Casa. As informações foram obtidas através de sigilo bancário. Janete Riva, esposa do acusado, aparece no esquema, pois na época ocupava o cargo de secretária de Patrimônio.
Um trecho da denúncia cita que “o dinheiro desviado por intermédio do estratagema apresentado transitava nas contas bancárias das pessoas jurídicas ‘fornecedoras’ do material apenas para ocultar o seu retorno para as mãos de José Geraldo Riva, o que se fazia por intermédio do falecido Ademar Adams (que foi secretário na assembleia). Tanto é que 80% do montante depositado pelo Poder Público nas contas das empresas sob escusa de pagamento por produtos e serviços supostamente executados/entregados, foram sacados na boca do caixa”, apontam os promotores.
Além de Riva e Janete, servidores públicos e empresários são investigados no esquema. O advogado disse que a esposa de Riva está em casa, e que não há mandado contra ela.
Na denúncia encaminhada pelos promotores do GAECO, são denunciados e estão sendo investigados Djalma Ermenegildo, Edson José Menezes, Manoel Theodoro dos Santos, Djan da Luz Clivatti, Elias Abrão Nassarden Junior, Jean, Carlo Leite Nassarden, Leonardo Maia Pinheiro, Elias Abrão Nassarden, Tarcila Maria da Silva Guedes, Clarice Pereira Leite Nassarden, Celi Izabel de Jesus, Luzimar Ribeiro Borges e Jeanny Laura Leite Nassarden.
Fonte:GazetaDigital