Da Redação/FolhaMax
Sorriso/MT
A médica ginecologista Sabrina Iara de Mello tentou atrapalhar as investigações da Polícia Civil para elucidar o assassinato do amante dela, identificado Ivan Michel Bonottto, de 35 anos, que foi morto a facadas em março, em Sorriso, a 420 km de Cuiabá. Além de Sabrina, o empresário Gabriel Tacca, que é esposo dela, e o comerciante Danilo Guimarães foram presos na manhã de hoje na "Operação Inimigo Íntimo"
Outros três mandados de busca e apreensão e outras medidas cautelares pelos crimes de homicídio qualificado e fraude processual foram cumpridos. Segundo a Polícia Civil, quatro minutos após a entrada da vítima no hospital, ela compareceu à unidade de saúde alegando ser apenas amiga do paciente.
A intenção era acessar o celular da vítima e apagar provas do envolvimento do casal no crime. Durante o período em que esteve com o aparelho, a médica teria deletado mensagens, fotos e até um vídeo gravado pela própria vítima no momento do ataque.
O celular só foi entregue à família três dias depois, já com os arquivos apagados. Ela alegou que apagou os dados para “proteger a vítima”.
Diante dos elementos reunidos, o delegado Bruno França representou pelos mandados de prisão e busca e apreensão contra os dois suspeitos. As ordens foram expedidas pela Justiça e cumpridas nesta terça-feira.
A Polícia Civil segue investigando o caso para esclarecer o caso e apurar a participação de todos os envolvidos. De acordo com a Delegacia de Sorriso, Ivan foi morto pelo comerciante Danilo, na distribuidora em que Gabriel é proprietário.
Além disso, o empresário, junto à esposa, teriam encomendado a morte da vítima. A polícia informou que, à princípio, o crime foi tratado como “situação decorrente de uma briga em um bar”. No entanto, no decorrer das investigações, a polícia descobriu que os envolvidos no caso se desentenderam por causa de relacionamentos amorosos.
No dia 22 de março, Ivan deu entrada em um hospital particular em Sorriso, com diversas perfurações de faca espalhadas pelo corpo. No entanto, ele sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu no dia 13 de abril.
Na época, Gabriel foi ouvido na Delegacia de Sorriso e alegou que o caso se tratava de uma briga motivada por desentendimento relacionado ao consumo de bebidas alcoólicas. Ele afirmou que não conhecia e nem mantinha qualquer relação com a vítima e nem com o suspeito. O autor das facadas também se apresentou voluntariamente à polícia, apresentando uma versão semelhante: teria se envolvido na confusão durante uma briga de bar e agido em legítima defesa.
No decorrer das investigações, a Polícia Civil constatou que as versões dos dois envolvidos eram falsas. A apuração revelou que a vítima era amigo íntimo do dono da distribuidora onde ocorreu o crime e mantinha um relacionamento amoroso com a esposa dele, a médica Sabrina.
Segundo a polícia, ao descobrir o caso extraconjugal, o empresário contratou Danilo para matar a vítima, simulando uma briga na distribuidora. Porém, imagens de câmeras de segurança mostraram que a vítima foi atraída ao local e atacada de surpresa, pelas costas.
A vítima morava em Tapurah e, sempre que ia a Sorriso, costumava se hospedar na casa do casal. A polícia destacou que os três mantinham um vínculo estreito, com diversos registros de momentos juntos.