Dois homens estão sendo procurados pela Polícia Civil por suspeita de extorquir pessoas em Cuiabá e Varzea Grande, região metropolitana da capital. De acordo com informações da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), a dupla se passa por policiais civis e cobrava dinheiro para que as vítimas não fossem presas em flagrantes falsos feitos por eles. A prisão deles foi decretada pela Justiça.
Conforme o GCCO, a dupla utiliza adolescentes para atrair as vítimas até motéis. Quando a vítima vai ao local com a adolescente, os suspeitos simulam um flagrante de estupro de vulnerável e prendem a vítima. Coagidas pelos falsos policiais e para não serem presas, as vítimas pagavam de R$1,5 mil até R$20 mil. Até o momento a Polícia Civil identificou cinco pessoas que caíram no golpe.
A quadrilha conta com pelos menos quatro pessoas, lideradas por um ex-policial de 45 anos. Ele responde processo criminal por extorsão, formação de quadrilha e homicídio. O segundo integrante é um homem que também responde por homicídio qualificado, extorsão e formação de quadrilha.
O delegado titular do GCCO, Flávio Henrique Stringueta, disse que a quadrilha age com apoio de uma mulher e garotas adolescentes. A mulher servia como agenciadora para 'recrutar' meninas adolescentes bonitas. As jovens eram orientadas a abordarem homens que tivessem boas condições financeiras.
Com essas informações, a polícia identificou três garotas, com idades entre 15 e 17 anos. Todas contaram que observavam homens na rua, em bares e restaurantes e que eram acompanhadas pelos suspeitos. Após selecionar a possível vítima, a adolescente se aproximava e passava a conversar.
Depois de conquistar a confiança da vítima, a adolescente sugeria irem para um motel. No local a garota dizia que precisava ir ao banheiro. Enquanto isso os 'falsos policiais', munidos de arma, distintivo e camiseta da Polícia Civil, invadem o quarto e simulam um flagrante, sob acusação de estupro de vulnerável.
Em seguida, os suspeitos negociam com vítima exigindo dinheiro para não levá-la para a delegacia. Sendo intimidadas, as vitimas pagavam. Para Stringueta, as vítimas devem procurar a Polícia Civil e fazer a denúncia com sigilo absoluto.
Em 2003, a dupla teria ajudado na fuga do pistoleiro e ex-policial Hércules Araújo Agostinho. O ex-cabo foi condenado pela Justiça a cumprir mais de 162 anos de prisão por diversos crimes de homicídio foi transferido da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá em dezembro de 2012.