da redação
Maranhão/MA
O futebol maranhense vive um momento de contrastes gritantes. Enquanto os clubes enfrentam dificuldades financeiras, falta de investimento e ausência de apoio aos atletas, o presidente da Federação Maranhense de Futebol (FMF), Antônio Américo, mantém-se no cargo há 14 anos recebendo um salário mensal de R$ 215 mil, valor que supera em mais de 20 vezes o prêmio pago ao campeão estadual de 2025.
A discrepância se torna ainda mais evidente ao se comparar os números: o time vencedor do Campeonato Maranhense deste ano levou para casa apenas R$ 100 mil, quantia insuficiente para cobrir sequer uma folha salarial modesta de um clube profissional. Já o presidente da FMF, apenas com o salário anual, acumula mais de R$ 2,5 milhões.
Esse cenário tem gerado revolta entre dirigentes de clubes, atletas e torcedores. Com denúncias crescentes de abandono e falta de transparência na gestão da federação, o Campeonato Maranhense é hoje considerado um dos mais frágeis do Brasil em termos de estrutura, audiência e competitividade.
"Estamos vendo jogadores deixando o estado por falta de oportunidade, clubes sem condição de pagar transporte ou treinos adequados, e a federação com gastos milionários. Não faz sentido", criticou um dirigente de clube do interior, que preferiu não se identificar por medo de retaliações.
Nos bastidores, circulam relatos de insatisfação com a longa permanência de Antônio Américo na presidência da FMF, especialmente diante da ausência de melhorias visíveis no futebol local. A falta de prestação de contas públicas e a concentração de poder na entidade aumentam as suspeitas sobre a lisura da gestão.
Enquanto isso, o torcedor maranhense continua vendo seus clubes com estruturas precárias, lutando para manter-se em atividade, e a esperança de dias melhores para o futebol estadual parece cada vez mais distante.