Redação/EstadãoMT
Cuiabá/MT
O volante Denilson, do Cuiabá, negou qualquer envolvimento em um suposto ato de racismo contra o atacante Alexandre de Jesus, do Botafogo-SP, durante o jogo realizado nesta segunda-feira (30), na Arena Pantanal, válido pela 14ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.
A tensão aumentou ao final do primeiro tempo, quando jogadores de ambas as equipes protagonizaram um bate-boca e quase se agrediram fisicamente.
De acordo com o árbitro da partida, Casagrande, o episódio relatado por Alexandre de Jesus - onde disse ter sido chamado de macaco - não foi percebido por ele, por sua equipe de arbitragem nem captado pelas imagens transmitidas. Ainda assim, o juiz aplicou o protocolo antirracismo da CBF, instituído com base em recomendações da Fifa. Em campo, ele cruzou os braços formando um “X” no peito — sinal adotado para denunciar possíveis casos de discriminação racial.
Apesar do acionamento do protocolo, Casagrande informou que até a divulgação da súmula, às 23h55 da mesma noite, nem o jogador envolvido nem o clube haviam registrado boletim de ocorrência.
Denilson se pronunciou horas após o jogo por meio de suas redes sociais. Em uma publicação no Instagram, ele negou a acusação e afirmou repudiar qualquer forma de preconceito:
“Quero deixar claro que não ofendi ninguém durante a partida. Sou negro, nordestino e venho de uma família humilde. Sempre combati o racismo e jamais compactuaria com esse tipo de atitude. Meu foco continua sendo ajudar o Cuiabá a alcançar seus objetivos”.
Na coletiva de imprensa pós-jogo, o técnico do Botafogo-SP optou por não comentar o episódio. Já o treinador do Cuiabá, Guto Ferreira, afirmou que nem a arbitragem nem as câmeras identificaram a suposta ofensa, e reforçou que “neste momento, é a palavra deles contra a nossa”.
Até o momento, Alexandre de Jesus não se manifestou publicamente sobre o caso.