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GERAL Sexta-feira, 13 de Junho de 2025, 10:55 - A | A

13 de Junho de 2025, 10h:55 - A | A

GERAL / CURIOSIDADE

Sexta-feira 13: estudos desmentem fama de data “amaldiçoada”; entenda

Não há evidência de que a superstição se reflita na prática médica.

Redação/VGN
Brasil



Apesar da má reputação que acompanha a sexta-feira 13, estudos científicos indicam que a data não representa risco adicional à saúde. Pesquisadores de diferentes países analisaram cirurgias, acidentes, infartos e atendimentos de emergência para verificar se o temor popular encontra respaldo nos dados.

O resultado é unânime: não há evidência de que a superstição se reflita na prática médica.

Um estudo de 2024, publicado na Annals of Surgery Open, avaliou 19.747 pacientes operados entre 2007 e 2019 nos Estados Unidos. As cirurgias feitas em sextas-feiras 13 foram comparadas com as realizadas nos dias 6 e 20. A pesquisa concluiu que não houve diferença nas taxas de morte, complicações ou reinternações.

Na Finlândia, levantamento da Universidade de Helsinque, publicado em 2004 na BMC Public Health, reavaliou a hipótese de que mulheres sofrem mais acidentes de trânsito na data. A análise de ocorrências entre 1989 e 2002 desmentiu essa associação. Os números não apontaram aumento de risco nem maior envolvimento feminino nas colisões.

Outra pesquisa, conduzida na Alemanha entre 2001 e 2010 e publicada no World Journal of Surgery, analisou mais de 27 mil cirurgias e não encontrou relação entre emergências médicas e fatores como fases da Lua, signos do zodíaco ou a própria sexta-feira 13.

Nos Estados Unidos, o American Journal of Emergency Medicine publicou em 2012 um estudo sobre atendimentos em prontos-socorros entre 2002 e 2009. A média de ocorrências na sexta 13 foi semelhante — ou até menor — do que nos dias próximos. Apenas os traumas penetrantes registraram leve aumento, mas sem impacto estatístico relevante.

Já na Austrália, um trabalho de 2016 avaliou mais de 56 mil internações por síndrome coronariana aguda. A pesquisa, feita com dados de 1999 a 2014, concluiu que a sexta-feira 13 não influencia o risco de infartos ou mortes.

A superstição, segundo estudiosos, mistura elementos culturais, religiosos e históricos. Referências vão da Última Ceia de Jesus, com 13 pessoas à mesa, à perseguição aos templários em 1307, numa sexta-feira 13. O pânico moderno, no entanto, ganhou força com o livro Friday, the Thirteenth (1907), de Thomas Lawson, e foi popularizado nos anos 1980 pela série de filmes de terror com o personagem Jason Voorhees.

Na prática, a ciência descarta qualquer risco adicional associado à data. O temor, ainda que persistente, não passa de mito.



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