Redação/AventurasNaHistória
Reykjanes/Islândia
Uma erupção significativa teve início nas primeiras horas da manhã de quarta-feira (16) na cratera de Sundhnúkur, situada na península de Reykjanes, no sudoeste da Islândia. Este fenômeno se seguiu a uma intensa atividade sísmica, que incluiu cerca de 300 terremotos, resultando na formação de duas fissuras na região. Conforme comunicado divulgado pelas autoridades locais, a atividade eruptiva começou por volta das 3h56 no horário islandês (0h56 em Brasília). O foco principal da erupção está entre Stóra-Skógfell e Sýlingarfell, sugerindo a existência de um túnel de magma com aproximadamente 6,5 km de extensão.
O relatório ainda detalha que a fissura principal aberta mede cerca de 2,4 km, enquanto uma segunda fissura atinge aproximadamente 500 metros. Apesar da continuidade das emissões de lava, que estão se movendo principalmente em direção ao leste, não há indicações de ameaças significativas às infraestruturas locais.
Segundo o site Live Science, a erupção é resultado do acúmulo de magma sob a área do sistema vulcânico de Svartsengi, estimado em dois terços do volume registrado em erupções anteriores. Isso sugere que o magma alcançou a superfície antes que atingisse sua capacidade máxima de armazenamento subterrâneo, precipitando assim o evento eruptivo.
Imagens aéreas publicadas pelo Departamento de Proteção Civil da Islândia nas redes sociais mostram o fluxo de lava formando um impressionante “rio” incandescente. Além disso, a erupção gerou a formação de “cabelos de bruxa”, fibras finíssimas resultantes do resfriamento rápido da lava, que podem ser levadas pelo vento e causar irritações cutâneas e nos olhos. Em decorrência disso, a população foi aconselhada a evitar áreas adjacentes à erupção e tomar precauções ao permanecer ao ar livre.
Além dos riscos associados à lava, foram identificados elevados níveis de poluição gasosa em localidades próximas à península, como Reykjanesbær, Vogar, Sandgerði e Garð. As autoridades recomendam que os residentes dessas áreas permaneçam em ambientes fechados, mantenham janelas fechadas e evitem o uso de sistemas de ventilação que possam puxar ar externo.
A poluição é composta principalmente por dióxido de enxofre (SO₂), um gás tóxico que pode causar sérios problemas respiratórios ao ser inalado. De acordo com um relatório da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), essa substância pode irritar as vias respiratórias e provocar tosse, falta de ar e crises asmáticas, especialmente em crianças e indivíduos com doenças crônicas.
Gestão da crise
As autoridades islandesas, incluindo o Escritório Meteorológico da Islândia e a Guarda Costeira, continuam monitorando atentamente a situação. Um novo mapa de avaliação de riscos está sendo elaborado para guiar tanto a população quanto as autoridades sobre possíveis alterações nos fluxos de lava ou nas condições atmosféricas, repercute a Revista Galileu.
Vale ressaltar que essa erupção se insere em uma sequência de eventos vulcânicos que têm afetado a península de Reykjanes nos últimos anos. Especialistas alertam que, embora este fenômeno atual apresente menor magnitude em comparação a outros ocorridos anteriormente, ele ainda representa riscos significativos para a saúde pública e segurança das comunidades vizinhas.
