NOVA MUTUM, 26 de Julho de 2025
  
DÓLAR: R$ 5,56
NOVA MUTUM, 26 de Julho de 2025
  
DÓLAR: R$ 5,56
Logomarca

POLÍCIA Sexta-feira, 25 de Julho de 2025, 15:38 - A | A

25 de Julho de 2025, 15h:38 - A | A

POLÍCIA / CASO RENATO NERY

Caseiro aceitou matar advogado para quitar dívidas do tigrinho e prostitutas; Entenda

Da Redação/FolhaMax



O caseiro Alex Queiroz Silva, réu confesso pela morte do advogado e ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB – MT), Renato Nery, só aceitou cometer o homicídio pois viu uma “oportunidade” de se livrar de dívidas feitas em jogos de azar (Tigrinho) e prostituição (‘Job’). A proposta partiu do policial militar Heron Teixeira Pena Vieira num churrasco. Com as contas bloqueadas e sob ameaças de agiotas, que chegaram a intimidar seus familiares, Alex aceitou a proposta de matar o jurista em troca de R$ 200 mil.

Renato Nery foi assassinado a tiros por Alex na manhã do dia 5 de julho de 2024, quando chegava ao escritório, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá. Em depoimento, Alex confessou o crime e afirmou ter agido a mando de Heron, que também admitiu envolvimento no homicídio. Segundo o promotor de Justiça Rinaldo Segundo, há elementos suficientes para que ambos sejam levados a julgamento pelo Tribunal do Júri.

Em juízo, Alex detalhou que aceitou a proposta em razão do desespero financeiro, provocado pela pressão de credores e ameaças envolvendo até o paradeiro do filho. Ele relatou que, embora a oferta não tenha sido feita diretamente a ele, a proposta o seduziu. Narrou ter alugado uma arma defeituosa por R$ 1,5 mil de um homem conhecido como "Rampa", sendo avisado de que o armamento não permitia disparos únicos, apenas em rajadas.

Na véspera do crime, Alex foi até o escritório de Nery para fazer o reconhecimento, mas desistiu da execução naquele momento. No dia seguinte, voltou ao local, e, ao ver o advogado desembarcando de um carro branco, realizou os disparos de uma motocicleta. Após o homicídio, Alex queimou as roupas e o capacete utilizados, escondeu a moto e destruiu o próprio celular.

Em seguida, ligou para Heron e comunicou a execução — o PM teria se mostrado surpreso e desaprovado a ação, demonstrando não acreditar que Alex realmente fosse cumprir o plano. A arma utilizada foi, posteriormente, devolvida ao batalhão da Rondas Ostentivas Tático Móvel (Rotam), onde o policial estava lotado. A pistola retornou por meio de outro militar, Icaro Nathan Santos Ferreira, e apareceu num suposto "confronto" policial, situação que depois a Polícia Civil confirmou que foi armada.

Alex, à época, morava numa chácara de propriedade de Heron, em Várzea Grande — o local teria servido como “QG” da operação criminosa onde as provas foram incineradas. Dos R$ 200 mil prometidos pelo crime, aproximadamente R$ 100 a R$ 120 mil foram pagos, em parcelas. Heron teria ficado com R$ 10 mil e repassado o restante a Alex.

Os valores foram entregues inicialmente por Icaro, e depois diretamente por Jackson Pereira Barbosa — outro militar — que, segundo as investigações, teria sido o elo entre Heron e os mandantes do crime: o casal de empresários Cesar Sechi e Julinere Goulart, que admitiram à Justiça serem os responsáveis por encomendar a morte do jurista. A motivação teria sido uma vitória de Nery na Justiça numa disputa de terras em Novo São Joaquim, contra a dupla.

Com base nas confissões, laudos periciais e depoimentos colhidos, o Ministério Público defende que Alex e Heron devem ser pronunciados e julgados pelo Tribunal do Júri, sendo o primeiro apontado como o executor e o segundo como mentor do homicídio qualificado além de Julinere e Cesar como os mandantes.



Comente esta notícia