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POLÍCIA Terça-feira, 13 de Maio de 2025, 14:50 - A | A

13 de Maio de 2025, 14h:50 - A | A

POLÍCIA / OPERAÇÃO CONTENÇÃO

Gaeco combate "exportação" de bandidos de MT para RJ

Mandados são cumpridos em Pontes e Lacerda

O Globo



Equipes da Polícia Civil, através da 60ª DP (Campos Elíseos), e do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ), realizam uma operação conjunta contra uma célula interestadual do Comando Vermelho (CV). A ação, nesta terça-feira, tem ações em outros estados, inclusive Mato Grosso. 

Segundo as investigações, a facção "importava" criminosos de fora do Rio com capacidades operacionais específicas. Dez criminosos foram presos até o momento, segundo o RJTV. 

Além disso, havia o fornecimento de drogas e de armamento, que seria usado em expansões territoriais da facção no Rio, inclusive na Zona Oeste da capital, onde há disputa territorial com a milícia, e em outros estados. Uma casa no condomínio de alto luxo Novo Leblon, na Barra da Tijuca, foi um dos endereços alvo de mandados.

Para esta ação, que é parte da Operação Contenção, as equipes visam a cumprir 22 mandados de prisão. O número de mandados de busca e apreensão divergem entre os núcleos. Segundo a Polícia Civil, são 39 nos municípios do Rio, Maricá e Resende, no RJ, além de endereços em São Paulo, Mato Grosso e Rondônia.

Já o MPRJ, que cita 21 de busca e apreensão, destrincha as áreas da capital, com mandados expedidos pela 3ª Vara Criminal de Duque de Caxias sendo cumpridos em endereços no Complexo do Alemão, na Comunidade da Grota, Itanhangá, Benfica, Pavuna, Rocha Miranda, Bonsucesso, Guadalupe, São Cristóvão, Riachuelo e Barra da Tijuca. Também há mandados de prisão e de busca e apreensão sendo cumpridos na Paraíba (Cabedelo e João Pessoa), em São Paulo (Araras e Fazendinha) e em Mato Grosso (Pontes e Lacerda).

Em um endereço foram encontrados armamento, inclusive de grosso calibre, e dinheiro em espécie. Ainda não há informações sobre o total de apreensões até o momento. A operação desta terça-feira tem como finalidade cumprir os mandados de prisão e de busca e apreensão e de desarticular a logística para obtenção de armas e de drogas a lideranças da facção criminosa.

De acordo com a denúncia do Gaeco, esse núcleo do Comando Vermelho tem bases nas comunidades Muzema, Cidade de Deus, Complexo do Alemão e Penha, na cidade do Rio; e em Duque de Caxias, município da Baixada Fluminense; com ramificações nos estados Paraíba, São Paulo e Mato Grosso. Os alvos vão responder por associação para o tráfico de drogas com emprego de arma de fogo e entre estados da federação, falsidade ideológica, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e comércio ilegal de arma de fogo.

As investigações, destaca o MPRJ, atribuem o comando dessa estrutura interestadual a dois criminosos: Jonathan Ricardo de Lima Medeiros, conhecido como Dom, à frente da célula paraibana do Comando Vermelho; e Luiz Carlos Bandeira Rodrigues, o Da Roça, articulador da Muzema. Eles seriam os responsáveis por articular o transporte de drogas e armas entre estados, coordenando o abastecimento de comunidades no Rio de Janeiro e gerenciando esquemas de lavagem de dinheiro com o uso de contas bancárias e empresas em outros estados.

O traficante Doca, um dos alvos desta operação segundo o MPRJ, é apontado pela polícia como um dos integrantes da cúpula criminosa que controla o Complexo da Penha. Segundo investigações, é desta região de onde partem as ordens para as disputas entre rivais em busca de expandir territórios para a Zona Oeste, onde há controle por parte da milícia.

Foragidos de outros estados também integram a estrutura, destaca a investigação. Segundo a Polícia Civil, o esquema é "minucioso e sofisticado com núcleos operando em diversas comunidades" tanto na capital como em outros estados. Entre as atividades, está a lavagem de dinheiro.

As investigações apontaram que, em menos de um mês, foi observada uma movimentação de R$ 5 milhões. Foi pedido o bloqueio de cerca de R$ 40 milhões em bens e valores de pessoas físicas e jurídicas ligadas ao grupo. Em etapas anteriores da Operação Contenção, já tinha sido solicitado bloqueio de mais de R$ 6 bilhões em bens e valores da facção criminosa.
O trabalho investigativo teve ainda a colaboração da Polícia Rodoviária Federal, da Receita Federal, do Exército Brasileiro e do Homeland Security Investigations dos Estados Unidos. As diligências de hoje têm apoio de delegacias do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), além das Polícias Civis de São Paulo, Mato Grosso e Rondônia.



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