A falta de vaga na Rede Pública de Saúde fez mais uma vitima em Mato Grosso. Na noite desta terça-feira, uma família de Nova Mutum procurou nossa reportagem para falar da situação de Maria Guia dos Santos, que estava internada aguardando vaga em UTI. Uma liminar determinava que a transferência fosse feita. No meio da reportagem a triste notícia: dona Maria não resistiu e morreu.
Dona Maria tinha 53 anos e estava internada em estado grave no Hospital Municipal de Nova Mutum com aneurisma cerebral e com problemas renais. Segundo Sandrerli dos Santos, filha da paciente, na quarta-feira da semana passada ela estava em casa fazendo atividades rotineiras e sentiu uma forte dor de cabeça. O genro levou-a até um Posto de Saúde da Família de Nova Mutum, e de lá encaminhada imediatamente até o hospital, já desmaiada.
Dois dias após a internação, o médico explicou que a situação era delicada e que dona Maria precisava ser transferida para uma unidade de terapia intensiva. O hospital de Nova Mutum não tem essa estrutura.. Nesses casos, os pacientes são encaminhados para Sorriso, Sinop ou Cuiabá. A paciente deveria ser levada para a capital, por que também dependia de hemodiálise, os rins tinham parado de funcionar. A família recorreu à justiça para pedir a vaga numa UTI. Mas disse que o juiz não atendeu ao primeiro pedido porque teve dificuldades para entender o laudo clínico por conta da letra do médico. Um novo laudo teve de ser providenciado. Só depois o juiz autorizou.
O irmão da paciente, Ronaí dos Santos, explicava que a liminar com autorização foi expedida no domingo à noite. Argumentava que paga todos os impostos em dia, e na hora que precisa de serviços públicos encontra dificuldades no atendimento. No meio dessa entrevista, chega a notícia: Dona Maria não aguentou e morreu.
De acordo com o atestado de óbito, dona Maria morreu de derrame cerebral devido a pressão alta. A reportagem entrou em contato com a secretaria de saúde do estado para saber por que a liminar do juiz, que autorizava a internação numa UTI não foi cumprida. A assessoria de imprensa disse que lamenta a morte da paciente e que quando a secretaria recebe ação judicial com requerimento de vaga de leito a Central Estadual de Regulação em conjunto com a Central de Vagas de Cuiabá são acionadas, em busca de vagas tanto na rede pública, quanto na particular.
Fonte:GrupoArinos