Gustavo Castro/OlharDireto
Minas Gerais
Mulher de 39 anos, identificada como Anne Cristina Casaes, foi presa na terça-feira (15) em Minas Gerais, durante a deflagração da Operação Reversus, que investiga uma organização criminosa especializada em fraudes eletrônicas e lavagem de dinheiro. Apesar de residir em um condomínio de alto padrão em Cuiabá/MT, ela estava no estado mineiro para realizar uma cirurgia de lipoaspiração.
A prisão foi coordenada pela Delegacia Especializada de Estelionato com apoio da Polícia Civil de Minas Gerais. De acordo com o delegado Bruno Mendo Palmiro, Anne é considerada uma das principais alvos da operação. Ela já tem condenações com trânsito em julgado por estelionato e foi alvo de outras investigações no passado.
“Ela é bem conhecida pela Polícia Civil de Minas Gerais. Apesar de morar em Mato Grosso, realiza viagens frequentes para outros estados. Sabíamos da lipo marcada em Minas e conseguimos cumprir o mandado no momento certo”, explicou o delegado em entrevista ao Programa do Pop, da TV Cidade Verde.
A Operação Reversus cumpre mais de 50 ordens judiciais em vários estados, incluindo 27 mandados de prisão preventiva, 24 de busca e apreensão, bloqueios de contas bancárias com valores que somam até R$ 2,7 milhões e sequestros de bens que podem chegar a R$ 100 mil por investigado. Também foram cumpridas ordens na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá/MT.
As investigações apontam que o grupo atuava desde 2023 com anúncios falsos de venda de veículos e gado. Em um dos casos apurados, uma vítima foi enganada após ver um anúncio de um carro na internet e transferiu R$ 45 mil via Pix acreditando estar comprando um veículo. Ela foi levada a conversar com um suposto advogado, que se apresentava como intermediador do negócio.
O mentor da fraude foi identificado como Crystian Nascimento Silva, de 28 anos, atualmente preso na PCE, onde cumpre pena de mais de 40 anos por homicídio, tráfico e roubo. Segundo a polícia, mesmo detido, ele coordenava golpes de dentro da unidade prisional.
O dinheiro da fraude foi inicialmente enviado para o Rio de Janeiro, distribuído entre 13 contas bancárias, depois transferido novamente para Cuiabá e pulverizado em outras 11 contas, até se concentrar majoritariamente em uma conta ligada a Anne, segundo as investigações.
Anne também é viúva de um homem com extensa ficha criminal que foi executado por facções criminosas na fronteira com a Bolívia, em um caso onde o corpo e o carro da vítima foram incendiados.
Se condenados, os envolvidos podem pegar mais de 30 anos de prisão, somando os crimes de estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As investigações seguem em andamento.