Isadora Sousa & Angelica Gomes/VGN
Cuiabá/MT
O prefeito Abilio Brunini (PL) afirmou, nesta terça-feira (03.06), que mais de 30% dos pacientes das Unidades de Pronto Atendimento (UPA) foram "curados milagrosamente" após sua orientação para que médicos não concedessem atestados a pessoas sem sintomas.
"Nosso enfrentamento a essa cultura do atestado curou muita gente. Mais de 30% do atendimento hoje foi reduzido, foi curado milagrosamente após suspender o atestado", declarou Brunini em entrevista à imprensa.
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A polêmica medida, segundo o prefeito, teve efeito imediato nas filas das UPAs da capital. Os números apresentados pelo gestor municipal revelam uma queda significativa na procura por atendimentos classificados como "verde" - casos de menor urgência.
"Tenho no meu gabinete o sistema Gestor Saúde, que monitora as filas de espera nas unidades de saúde. Caiu significativamente o número de procura da classificação verde e de pacientes com sintomas", afirmou.
Brunini explicou que existe até mesmo um CID específico para esses casos: "Quando a pessoa chega relatando apenas mal-estar, mas sem sintomas evidentes, e ao final do atendimento solicita um atestado. Esses são dados concretos, são indicadores".
A "recomendação" que mudou tudo
Questionado sobre a medida, o prefeito preferiu classificar sua decisão como uma "recomendação" aos médicos para combater o que chamou de "cultura dos atestados". Segundo ele, muitas pessoas procuram as UPAs durante os dias úteis especificamente para obter documentos médicos para apresentar no trabalho.
Apesar da polêmica, Brunini fez questão de esclarecer que a decisão final permanece nas mãos dos profissionais de saúde. "Se o médico avaliar que o paciente não tem condições e necessita de um atestado médico para se recuperar em casa de algum problema de saúde, a decisão é do médico", reforçou.
O prefeito garantiu ainda que as equipes médicas permanecem com o mesmo efetivo, sem reduções, e que há ampliação do quadro de segunda a quarta-feira, período de maior procura por atendimento.