Mauro Fonseca/PowerMix
Mato Grosso
A desigualdade na média salarial dos trabalhadores com carteira assinada em Mato Grosso alcança mais de dois salários mínimos entre o município com maior e o com menor rendimento mensal. A constatação vem dos dados do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Acorizal lidera ranking; São José do Povo tem menor média
O município de Acorizal, localizado a 62 km de Cuiabá, lidera o ranking estadual com uma renda média de 4 salários mínimos por trabalhador formal, o que equivale a cerca de R$ 6.072 mensais em 2022.
Na outra ponta, São José do Povo, ao sul do estado, registra uma média de 1,7 salário mínimo, ou R$ 2.580, revelando uma disparidade superior a R$ 3.400 entre os dois extremos.
Cuiabá, Alto Garças e Cáceres estão entre os mais bem colocados
A capital Cuiabá aparece em segundo lugar, com média de 3,7 salários mínimos por trabalhador formal (R$ 5.616,60). Em seguida, estão:
Alto Garças: 3,6 salários (R$ 5.472)
Cáceres: 3,3 salários (R$ 5.016)
Aripuanã: 3,2 salários (R$ 4.864)
Esses municípios demonstram forte presença de setores industriais, serviços especializados ou impacto de royalties e incentivos fiscais locais, que favorecem melhores remunerações.
Nova Mutum entre os destaques com valorização da mão de obra
Nova Mutum, um dos principais polos agroindustriais do estado, não apareceu entre os cinco primeiros colocados do ranking do IBGE, mas apresentou dados expressivos em outros levantamentos.
Segundo relatório de 2024 do Observatório do Trabalho de Mato Grosso, Nova Mutum fechou o ano com um salário médio de R$ 3.387,86 por trabalhador com carteira assinada. Isso representa uma valorização real de 4,12% em relação à inflação do período.
Setores com maiores médias em Nova Mutum:
Agropecuária: R$ 3.694
Construção: R$ 3.572
Indústria: R$ 3.558
Comércio: R$ 3.401
Serviços: R$ 2.955
A diversificação econômica e a qualificação da mão de obra têm impulsionado esses números, colocando o município como referência em desenvolvimento econômico sustentável.
Especialistas apontam causas da disparidade
Economistas ouvidos por veículos regionais afirmam que a disparidade salarial reflete:
A presença (ou ausência) de grandes empreendimentos agroindustriais ou de mineração;
A existência de setores públicos mais robustos em determinadas cidades;
O grau de urbanização e qualificação profissional da população;
A diferença no custo de vida, que também influencia os pisos salariais locais.
Conclusão
Mato Grosso vive um paradoxo: enquanto é destaque nacional em produtividade agrícola e crescimento econômico, enfrenta forte desigualdade regional na remuneração dos trabalhadores formais.
Municípios como Nova Mutum mostram que o investimento em infraestrutura, qualificação técnica e políticas públicas de incentivo ao trabalho formal pode elevar a renda média e promover crescimento mais equilibrado.
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Rafael 07/07/2025
80% da população de nova mutum não ganha mais que 3 mil por mês
1 comentários