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Acusado de assassinar um engenheiro agrônomo na última segunda-feira (18) em Porto dos Gaúchos, o fazendeiro Paulo Faruk de Moraes se apresentou à Polícia Civil na manhã desta quinta-feira (21).
Moraes é acusado de matar Silas Henrique Palmieri Maia, de 33 anos, com seis tiros, na região do pescoço e cabeça. Os disparos, flagrados por câmeras de segurança, foram dados por trás, sem que a vítima pudesse se defender.
Conforme o delegado Carlos Henrique Engelmann, que investiga o caso, o empresário se apresentou na Delegacia de Juara, que fica a 47 quilômetros de Porto dos Gaúchos.
O delegado revelou que o fazendeiro confessou o crime. O policial ainda informou que o motivo do assassinato foram as desavenças entre os dois resultantes de uma dívida que Moraes tinha com a empresa em que o engenheiro trabalhava. "O fazendeiro ficou incomodado com as cobranças que recebia e foi nutrindo um sentimento de ódio", relatou Engelmann.
O produtor relatou que estava se sentindo incomodado com a presença da vítima na fazenda dele, mas que não desejava matá-lo. Ele contou que tinha financiado o custeio da lavoura e agora, época de colheita, o financiador foi até a propriedade cobrar a parte dele, para que a soja não fosse vendida O engenheiro era o representante da empresa financiadora e estava fiscalizando a colheita.
O delegado informou também que o preso vai responder por homicídio duplamente qualificado, motivo fútil e recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima e porte ilegal de arma de fogo.
Com a prisão do fazendeiro, o delegado espera concluir o inquérito nos próximos dias. Com o acusado solto, o prazo de conclusão era de 30 dias. Mas com a prisão, ele deverá encerrar o procedimento em 10.
O delegado explicou ainda que, depois de finalizado, o inquérito deve ser encaminhado ao Judiciário. Em seguida, caberá ao Ministério Público do Estado analisar as provas e oferecer ou não denúncia contra o fazendeiro.
Relembre o caso
A Polícia Civil afirmou que uma dívida comercial teria motivado a execução do engenheiro, ocorrido em uma lanchonete localizada no distrito de Novo Paraíso, a 25 km de Porto dos Gaúchos.
Engelmann explicou que, para não cumprir com o combinado de entregar um carregamento de grãos à empresa, como parte do pagamento por produtos adquiridos, o suspeito teria desviado três cargas de soja, fazendo uma entrega em nome do filho dele em um armazém da cidade.
“Ele [o suspeito] foi motivado por essa desavença comercial. Segundo apuramos, supostamente usando o nome do filho dele, ele teria desviado duas ou três cargas de soja e entregado em um armazém da cidade”, disse o delegado.
A desavença entre os dois teria começado quando Silas descobriu o suposto desvio do suspeito e foi até o local para cobrar a dívida. Segundo o delegado, o engenheiro assassinado chegou a ameaçar protestar a dívida em cartório.
“Ele apurou os fatos e foi até a fazenda conversar com o suspeito. Apesar de terem se desentendido no momento, tudo indica que eles teriam se desculpado e se acertado”, disse.