Mauro Fonseca/PowerMix
Sorriso-MT
Uma moradora de Sorriso, no Mato Grosso, viveu um momento de indignação nesta segunda-feira (2) ao receber uma mensagem da Central de Regulação do SUS de Cuiabá informando o agendamento de uma consulta com neuropediatra para sua filha, que faleceu há quase sete anos.
A mãe contou que teve uma gestação gemelar em 2017, com as duas filhas nascendo prematuras, com apenas 26 semanas de gestação. Uma das bebês faleceu aos 28 dias devido a uma infecção hospitalar, enquanto a outra sobreviveu por um ano e um mês. Em dezembro de 2018, a segunda filha morreu após contrair pneumonia, uma consequência das múltiplas complicações decorrentes da prematuridade.
Durante a vida, a criança passou grande parte do tempo internada na UTI do Hospital Júlio Müller, em Cuiabá, antes de ser transferida para Sorriso, onde, segundo a mãe, recebeu atendimento adequado e suporte com equipamentos essenciais como traqueostomia e gastrostomia. A bebê tinha ainda diversos encaminhamentos para consultas e exames especializados devido à sua condição de saúde delicada.
No entanto, quase sete anos após o falecimento, a mãe recebeu a seguinte mensagem da regulação de Cuiabá: “Falo com responsável por L.C.O? Meu contato é referente a agendamento de uma consulta em neuropediatria. Tem interesse?”. Ao responder que a filha havia morrido em dezembro de 2018, ela recebeu apenas um “Sinto muito pela sua perda” como retorno.
A situação causou revolta na mãe, que desabafou: “Essa ferida não vai cicatrizar, mas é sacanagem, quase 7 anos depois sair uma consulta. Não é um dia, um mês, um ano. São sete anos”. O episódio expõe falhas no sistema de regulação do SUS, que acaba causando transtornos para familiares em situações delicadas. Até o momento, não houve posicionamento oficial da Central de Regulação do SUS sobre o erro no agendamento.