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Durante passagem por Joinville (SC), o padre Fábio de Melo, de 54 anos, relatou nas redes sociais um episódio de constrangimento ocorrido em uma unidade da cafeteria Havanna. Segundo o religioso, ao tentar comprar dois potes de doce de leite, notou divergência entre o valor exposto na prateleira e o preço informado no caixa. Ao questionar a diferença, afirmou ter sido tratado com “prepotência” por um gerente, que teria respondido: “O preço está errado e é isso. Se quiser levar, o preço certo é esse.”
O padre argumentou que, conforme o Código de Defesa do Consumidor, o valor anunciado deve prevalecer, mesmo que incorreto. A repercussão do episódio levou a Havanna a se pronunciar oficialmente, pedindo desculpas pelo ocorrido e confirmando a demissão do funcionário citado. “Nosso compromisso é sempre com o respeito e excelência no atendimento a todos os nossos clientes”, diz trecho da nota divulgada pela empresa.
A rede afirmou ainda ter entrado em contato com o padre para tratar do caso de forma reservada e garantiu estar revisando seus protocolos internos para evitar situações semelhantes.
Ex-gerente contesta versão e diz que não houve contato direto com o padre
Jair José Aguiar da Rosa, ex-gerente da unidade, rebateu a versão apresentada por Fábio de Melo. Em entrevista, afirmou que não conversou diretamente com o padre e que toda a situação envolveu apenas o acompanhante do religioso, que efetuou a compra. Segundo Jair, ele apenas explicou que o preço na prateleira estava mal posicionado, mas que o valor cobrado era o correto.
“Não houve qualquer grosseria. Estou em choque com minha demissão e com a repercussão injusta. A empresa preferiu me afastar para preservar sua imagem diante da pressão causada por uma figura pública influente”, disse o ex-funcionário.
Repercussão e debate nas redes
A situação rapidamente ganhou espaço nas redes sociais, reacendendo o debate sobre a postura de figuras públicas diante de conflitos de consumo e a responsabilidade das empresas ao lidar com reclamações de clientes com grande visibilidade. Enquanto muitos apoiaram a atitude do padre ao denunciar o ocorrido, outros criticaram a rapidez com que a empresa tomou a decisão de demitir o funcionário sem, aparentemente, aprofundar a apuração dos fatos.
O episódio segue gerando discussões sobre empatia, legalidade e imagem institucional.