Correio Sudeste
Um episódio no mínimo inusitado — e preocupante — movimentou a política de Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, e tem rendido tanto risos quanto indignação entre os moradores. O protagonista da vez é o vereador Carlos Roberto Dias (União), popularmente conhecido como "Gato da Corrida", que decidiu colocar um ingrediente extra na água de um colega de plenário: um laxante.
A "pegadinha" — como ele mesmo classificou — veio à tona depois que o vereador Benedito Raimundo Ribeiro (PL), o “Dito Pistola”, de 56 anos, reclamou em plena sessão na noite de terça-feira (20) que a água servida a ele estava com gosto estranho, aparência diferente e cheiro esquisito.
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Não demorou para que o clima da Câmara Municipal se transformasse em um verdadeiro CSI. Outros vereadores e até o advogado da Casa experimentaram a água e confirmaram que havia algo de errado. A Polícia Militar foi chamada e o conteúdo das garrafas foi recolhido para análise pericial da Polícia Civil.
O que ninguém esperava era que, dias depois, o próprio "Gato da Corrida" surgiria nas redes sociais com um vídeo no melhor estilo “me arrependi, mas já foi”. No desabafo, o vereador admitiu ter sido o responsável pela adulteração do líquido — e revelou que o “tempero secreto” era um laxante. O objetivo, segundo ele, não passava de uma retaliação emocional, um impulso causado por pressão, estresse e perseguição política.
“Errei, tô aqui pra assumir. Fiz na raiva, na hora do desespero... minha saúde tá indo pro ralo. Não sou máquina, sou ser humano. Peço perdão a ele, à família, aos colegas e à população”, declarou o parlamentar visivelmente abalado.
O gesto pode render problemas sérios para o vereador. Além da quebra de decoro parlamentar, ele poderá responder por crimes como atentado à integridade física, exposição a perigo ou até envenenamento, dependendo do resultado da perícia e da interpretação judicial.