Mauro Fonseca/Da Redação
Brasilia/DF
Duas idosas condenadas por participação nos atos de 8 de Janeiro de 2023 tiveram suas prisões domiciliares revogadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Iraci Nagoshi, de 72 anos, e Vildete Guardia, de 74, foram monitoradas por tornozeleira eletrônica, mas descumpriram reiteradamente as regras impostas pela Justiça.
Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo (SAP-SP), o monitoramento eletrônico apontou diversas infrações cometidas pelas duas sentenciadas. No caso de Iraci Nagoshi, foram registradas mais de 900 violações apenas em 2025, uma média alarmante que evidencia desrespeito contínuo às restrições da prisão domiciliar.
As infrações incluem saídas não autorizadas do perímetro determinado, desligamento da tornozeleira por fim de bateria e perda de sinal de GPS. Houve dias com dezenas de descumprimentos; apenas no dia 2 de junho, por exemplo, foram anotadas 40 violações.
O ministro Moraes determinou o retorno de Iraci à prisão em regime fechado. No despacho, o magistrado foi enfático ao apontar que a ré "despreza a Justiça", considerando o volume de descumprimentos e a reincidência no descaso com as condições da domiciliar.
A decisão também alcança Vildete Guardia, que igualmente desrespeitou as determinações judiciais, embora os detalhes de suas infrações não tenham sido divulgados em igual profundidade. Ambas haviam sido beneficiadas com a prisão domiciliar por conta da idade avançada, mas perderam o direito devido ao comportamento reiteradamente incompatível com as condições impostas.
O caso reforça o rigor do Supremo Tribunal Federal na condução dos processos relacionados aos atos de 8 de Janeiro e evidencia que a concessão de medidas alternativas à prisão exige cumprimento estrito das regras impostas.