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Brasil
A produção de café do Brasil em 2025/26 deve apresentar um leve aumento, de 0,5%, em relação ao ciclo anterior. Com isso, o total deve chegar a 65 milhões de sacas de 60 quilos, segundo o relatório anual sobre o grão divulgado nesta segunda-feira (19/5) pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
De acordo com a entidade, que revisou os números da safra de café para cima, os números maiores serão resultados de uma safra de conilon maior, o que compensará uma queda de volume no arábica.
O relatório aponta que a produção de arábica deve ser de 40,9 milhões de sacas, uma diminuição causada por uma seca severa e temperaturas extremamente altas no parque cafeeiro do país, o que deve impactar negativamente a colheita. Em contrapartida, a produção de canéforas (conilon e robusta) passarão para 24,1 milhões de sacas. Os produtores Espírito Santo e Bahia continuaram a prosperar devido ao clima favorável e ao uso mais intensivo de irrigação.
As exportações totais de café para o ano de comercialização 2025/26 são previstas em 41,7 milhões de sacas de 60 quilos, o que representa uma queda de 6% em relação à estimativa de 2024/25.
Preços e consumo
Os preços do café têm se mantido em níveis elevados nos últimos meses, impulsionados por problemas de oferta causados por condições climáticas adversas no Brasil e no Vietnã, considerou o USDA.
O consumo doméstico de café no Brasil deve atingir 22,28 milhões de sacas em 2025/26. No entanto, a inflação e os altos preços no varejo têm limitado o apetite do consumidor, que tem optado por alternativas mais baratas.
Ásia
O USDA está prevendo maiores colheitas para os dois maiores produtores da Ásia, Vietnã e Indonésia, para a safra 2025/26, depois de um ciclo anterior apertado devido a problemas climáticos que afetaram as plantações de café robusta nessas regiões.
O relatório anual trouxe uma revisão positiva para a produção do Vietnã, subindo 6,9% em relação à 2024/25, para 31 milhões de sacas. A estimativa é de dois milhões a mais do que a temporada anterior, quando a projeção foi de 29 milhões de sacas.
De acordo com a entidade, este crescimento é impulsionado pelos altos preços do café, que incentivam os agricultores a investir mais em suas plantações. No caso do robusta, a última previsão de 2024/25 era de 28 milhões de sacas e passou para 30 milhões em 2025/26.
Em relação às exportações, o USDA projetou um aumento graças, principalmente, de café torrado e solúvel para os mercados asiáticos em expansão. “O Vietnã está gradualmente substituindo as exportações de grãos verdes por produtos processados de maior valor agregado”, disse o USDA. O governo vietnamita está ativamente apoiando o setor de café por meio de planos estratégicos e programas de replantio, visando a sustentabilidade e o aumento da produção de café processado.
O relatório mostrou uma visão otimista para o setor de café, com expectativa de aumento na produção e nas exportações, especialmente de produtos processados.
No caso da Indonésia, a produção de café deve ser 5% maior no ciclo 2025/26, alcançando 11,3 milhões de sacas. As exportações também devem acompanhar esse ritmo positivo, com previsão de alta de 7%, totalizando 6,5 milhões de sacas.
Por outro lado, o consumo doméstico enfrenta um cenário de moderação. A previsão é de um leve aumento para 4,8 milhões de sacas, refletindo a fragilidade do poder de compra do consumidor indonésio.