Mauro Fonseca/PowerMix
Suiça
Por séculos, alquimistas perseguiram o sonho de transformar chumbo em ouro — uma metáfora da busca por conhecimento, poder e riqueza. Hoje, essa antiga aspiração foi alcançada, ainda que momentaneamente, graças aos avanços da física moderna. Pesquisadores do CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear) anunciaram que conseguiram transmutar átomos de chumbo em ouro durante colisões de altíssima energia realizadas no Grande Colisor de Hádrons (LHC), o maior e mais poderoso acelerador de partículas do planeta.
A impressionante façanha foi registrada pelo experimento ALICE (A Large Ion Collider Experiment), um dos detectores do LHC voltado ao estudo de colisões entre íons pesados. Durante os testes, feixes de átomos de chumbo foram acelerados a velocidades próximas à da luz e colididos entre si. Nessas condições extremas, os intensos campos eletromagnéticos gerados pelas colisões são capazes de alterar a estrutura dos núcleos atômicos, arrancando prótons de seus interiores.
É justamente esse rearranjo nuclear que, em determinados casos, pode transformar o chumbo — um elemento com 82 prótons — em ouro, que possui 79. A remoção de três prótons do núcleo de chumbo, ainda que em escala microscópica e por frações de segundo, representa uma verdadeira transmutação elementar, algo que durante séculos foi relegado ao mundo da fantasia e da especulação pseudocientífica.
Embora o feito não tenha valor econômico — o processo é extremamente custoso e impraticável para fins comerciais — ele tem enorme importância científica. A capacidade de alterar núcleos atômicos dessa maneira abre novas janelas para o entendimento das forças fundamentais da natureza, além de fornecer dados valiosos sobre as condições que existiam no universo instantes após o Big Bang.
"A realização dessa transmutação demonstra o poder incomparável das ferramentas modernas da física de partículas", afirmou um porta-voz do CERN. "O LHC continua a nos surpreender e a revelar os segredos mais profundos da matéria."
Enquanto os alquimistas medievais buscavam a pedra filosofal, os cientistas contemporâneos contam com aceleradores gigantescos e detectores de última geração. E se a transmutação de chumbo em ouro já não é mais apenas um mito, o verdadeiro tesouro agora é o conhecimento que ela pode proporcionar.
PARTICIPE DE NOSSA COMUNIDADE NO WHATSAPP E FIQUE BEM INFORMADO COM NOTÍCIAS, VAGAS DE EMPREGO, UTILIDADE PÚBLICA... - CLIQUE AQUI
CURTA NOSSAS REDES SOCIAIS: FACEBOOK - INSTAGRAM