Gustavo Castro/OlharDireto
Um adolescente, de idade não informada, é o principal alvo da Operação Infância Segura, deflagrada nesta quinta-feira (22) pela Polícia Civil de Mato Grosso. A informação foi confirmada pelo delegado Guilherme Fachinelli, titular da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), em coletiva de imprensa.
O menor foi apreendido em flagrante após os agentes rastrearem o IP do telefone celular usado para baixar e armazenar material de pornografia infantil. O aparelho estava registrado em nome dos pais, que ficaram assustados com a chegada da polícia.
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"O pai foi surpreendido com a visita policial. Tudo estava no nome dele: celular, e-mail, wi-fi. Se não houver vigilância constante, o filho pode estar envolvido em ações ilegais sem que os responsáveis saibam", alertou Fachinelli.
"Criança não tem direito à privacidade irrestrita", diz delegado
O delegado foi enfático ao afirmar que menores não têm direito à intimidade total quando dependem da internet fornecida pelos pais e ainda fez um alerta sobre o caso.
"Criança e adolescente não têm direito à intimidade. Quer privacidade? Tem que pagar sua própria internet, ser dono do próprio nariz. Enquanto não paga, são os pais que determinam o nível de acesso", afirmou.
A DRCI investiga se o adolescente apenas armazenou o material ou se também compartilhou os arquivos – o que caracterizaria um crime mais grave. Equipes do Laboratório de Crimes Cibernéticos vão analisar os dispositivos apreendidos para detalhar as condutas.
Operação
A ação, que integra as atividades do Maio Laranja (mês de combate à exploração sexual infantil), cumpriu 11 mandados em Cuiabá, Lucas do Rio Verde, Barra do Garças e Primavera do Leste. Um dos investigados já havia sido preso em 2019 por crimes similares.
Ainda na coletiva de imprensa, Fachinelli reforçou a importância do monitoramento parental. Seguno o delegado, a falta de monitoramento constante dos pais sobre o que o filho acessa e consome na internet pode levar a casos como esse.
"Se houvesse uma fiscalização constante sobre o que o filho acessa, talvez essa família não teria levado esse susto hoje."
A Polícia Civil segue com as investigações para identificar possíveis redes criminosas ligadas à produção e comercialização de conteúdo ilegal no estado.