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Nos últimos anos, o agronegócio brasileiro viu de perto uma nova tecnologia alçar voo. Com capacidade de aplicar defensivos agrícolas com precisão, cobrir grandes áreas em pouco tempo e reduzir o desperdício de insumos, os drones agrícolas deixaram de ser novidade para se tornarem ferramentas essenciais em diversas lavouras.
Com eles, a demanda por pilotos de drone cresceu e o mercado para esses profissionais está aquecido e deve continuar em expansão. Saiba como se tornar um.
Os salários iniciais variam entre R$ 6 mil e R$ 8 mil, podendo chegar a R$ 10 mil, dependendo da região e da complexidade do trabalho. “É uma profissão que cresceu muito nos últimos três anos. A procura por cursos aumentou bastante, especialmente na área agrícola”, afirma Felipe Calixto, coordenador de cursos na Itarc, instituição homologada pelo Ministério da Agricultura.
Como posso me tornar um piloto de drone profissional?
Engana-se quem pensa que para pilotar um drone basta um pouco de habilidade com controle remoto. A atuação profissional, especialmente no campo, exige preparo técnico e certificação específica. A atividade é regulamentada pelo Ministério da Agricultura e pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que exigem que o interessado tenha mais de 18 anos, condições físicas adequadas e esteja registrado no Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea).
O profissional deve também concluir o curso de Aplicador Aéreo Agrícola Remoto (Caar), regulamentado pela Portaria n.º 298 do Ministério da Agricultura. A formação pode ser feita em formato on-line, presencial ou híbrido, com carga mínima de 28 horas.
“O conteúdo vai desde toxicologia dos defensivos agrícolas e uso de EPIs, até técnicas de voo e simulações de emergência. Quem opta pelo curso presencial tem acesso a drones de grande porte e aprende na prática a montar, calibrar e operar o equipamento”, explica Calixto. O custo do curso gira entre R$ 1.800 e R$ 2.500, incluindo a prova final e o certificado.
Quanto ganha um piloto de drone?
A remuneração é um dos principais atrativos da profissão. Calixto relata casos de ex-alunos contratados com salário de R$ 7 mil, além de benefícios como moradia e alimentação. Mas o alto rendimento vem acompanhado de uma rotina exigente.
“É comum começar o trabalho às 3h da manhã, para chegar na área de pulverização ao amanhecer. A operação depende de fatores como temperatura, umidade, vento e índice solar. Se o clima não colabora, o piloto pode perder a viagem”, explica. “Não é um trabalho de escritório. É preciso gostar de estar no campo, estar disponível para deslocamentos e lidar com imprevistos.”
Como ganhar dinheiro como piloto de drone?
O mercado oferece basicamente duas possibilidades: atuar como contratado de uma empresa agrícola ou como autônomo. No primeiro caso, o piloto usa o drone da empresa e é responsável apenas pela operação. No segundo, o profissional precisa adquirir o equipamento, o que significa um investimento alto.
“Um drone agrícola pode custar entre R$ 150 mil e R$ 200 mil. Fora isso, é preciso um veículo apropriado para transporte, além de materiais de apoio. Mas quem opta por oferecer o serviço completo costuma ter um retorno financeiro maior”, diz Calixto.