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GERAL Terça-feira, 20 de Maio de 2025, 13:00 - A | A

20 de Maio de 2025, 13h:00 - A | A

GERAL / COMPORTAMENTO

Bebês Reborn: arte, afeto ou obsessão? Entenda a polêmica que divide opiniões

Com milhões de visualizações nas redes, bonecos hiper-realistas geram debates sobre saúde mental, busca por acolhimento e uso do sistema público de saúde.

Wesley Moreno/PowerMix
Nova Mutum/MT



Os bebês reborn, bonecos artesanais que imitam recém-nascidos com detalhes impressionantes – da textura da pele ao peso e até o cheiro –, estão no centro de uma polêmica que transcende as redes sociais e invade o debate público. Com traços delicados, cabelos implantados fio a fio e até simulação de respiração, esses objetos despertam fascínio em alguns e desconforto em outros, levantando questões profundas sobre afeto, saúde mental e os limites do comportamento humano.

Nas plataformas digitais, vídeos de adultos cuidando de reborns como se fossem filhos reais acumulam milhões de visualizações. Há quem os vista, alimente e até passeie com eles em carrinhos, gerando reações que vão de apoio à crítica feroz. Para muitos, esses bonecos são mais que brinquedos: são obras de arte, ferramentas terapêuticas ou formas de lidar com perdas emocionais, como a ausência de filhos ou traumas. A psicanálise sugere que esses objetos podem funcionar como “objetos transicionais”, preenchendo lacunas afetivas e oferecendo um espaço seguro para expressar sentimentos reprimidos.

Reprodução

Bebês Reborn

 

Por outro lado, a Programação Neurolinguística (PNL) nos ajuda a entender como a repetição de comportamentos, como tratar o boneco como real, pode reforçar padrões emocionais. Para alguns, isso é uma busca legítima por conexão; para outros, um sinal de desequilíbrio emocional. O psicólogo João Silva, especialista em comportamento humano, explica: “Os reborns podem ser uma válvula de escape para lidar com a solidão ou o luto, mas também podem indicar uma dificuldade em distinguir realidade de fantasia, especialmente em casos extremos.”

A polêmica ganha contornos ainda mais complexos quando esses bonecos chegam ao sistema público de saúde. Relatos de pessoas levando reborns a postos de saúde e hospitais do SUS, pedindo atendimento médico, carteiras de vacinação ou até certidões de nascimento, têm gerado indignação. Para críticos, essas ações sobrecarregam um sistema já saturado, desviando recursos de quem realmente precisa. No entanto, especialistas em saúde mental alertam: “Esses comportamentos podem ser um grito por ajuda, um reflexo de carências emocionais não atendidas”, aponta a psicóloga Ana Mendes.

Do ponto de vista social, a polarização reflete um embate entre empatia e julgamento. Quem defende os reborns argumenta que eles oferecem conforto e expressão criativa, enquanto detratores os veem como um exagero que banaliza a maternidade ou a paternidade. A discussão, amplificada pelas redes sociais, revela mais do que gostos pessoais: expõe como lidamos com o diferente e como a sociedade acolhe – ou rejeita – formas não convencionais de afeto.

O que está em jogo?

A popularidade dos bebês reborn não é apenas uma moda passageira. Ela toca em questões fundamentais: até que ponto a busca por conexão emocional justifica comportamentos que desafiam normas sociais? E como o sistema de saúde deve responder a essas demandas? Enquanto as respostas não chegam, os reborns seguem dividindo corações e mentes, entre a arte, o afeto e o questionamento ético.

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