Wesley Moreno/PowerMix
Nova Mutum/MT
Após a publicação da reportagem sobre a paralisação da obra da nova sede da APAE de Nova Mutum/MT, moradores do bairro Beija Flor entraram em contato com a redação para denunciar as condições precárias do terreno onde a construção deveria estar em andamento. Segundo os relatos, a obra abandonada tem gerado riscos e desconforto à vizinhança, especialmente pela falta de manutenção da área, que fica ao lado do PSF Beija Flor, na Rua das Canelas.
Uma moradora, que vive próximo ao local, detalhou à reportagem a situação enfrentada por quem vive ou transita diariamente pela região. “Quase toda a estrutura metálica que cerca o terreno está comprometida. Parte já caiu. Quando venta, temos medo até de estacionar os carros na rua. Pode causar um acidente a qualquer momento”, relatou.
Ela também destaca que, além do risco estrutural, o local se tornou ponto frequente para o uso de drogas e alvo constante de reclamações por mato alto e sujeira, especialmente nos períodos de chuva. “Já acionamos a polícia algumas vezes. E temos que cobrar a limpeza constantemente. Está completamente abandonado. A comunidade está sofrendo com esse descaso”, desabafa.
Wesley Moreno/ PowerMix
Visita confirma denúncias; responsabilidade é da Prefeitura, afirma APAE
Na manhã desta quarta-feira (11), a equipe do site Power Mix esteve no local e confirmou parte das denúncias feitas pelos moradores. Imagens registradas no entorno da construção mostram a estrutura metálica de isolamento danificada, matagal avançando e indícios de uso irregular da área.
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Em contato com nossa equipe, o presidente da APAE, Dirceu Caspani Lehn, afirmou que a responsabilidade pela manutenção do terreno é da Prefeitura Municipal, conforme acordado no início das obras. “A APAE não tem autonomia nem recursos para manter a área limpa e segura nesse momento. Comunicamos a situação à administração municipal para que as providências sejam tomadas”, destacou.
Prefeitura foi acionada e deve se manifestar
A redação também entrou em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Nova Mutum, que foi informada sobre o relato dos moradores e o posicionamento da APAE. Até o fechamento desta matéria, a administração ainda não havia enviado uma resposta oficial. O espaço segue aberto para manifestação das partes envolvidas.
Sonho coletivo segue paralisado
A obra da nova sede da APAE foi lançada em julho de 2022 com um projeto audacioso: quase 2.000 m² de estrutura, incluindo piscina, quadra poliesportiva, refeitório, salas de aula, ginásio e auditório. Orçada em mais de R$ 8 milhões, a construção permanece parada desde então, principalmente por conta do não repasse de uma emenda parlamentar de R$ 5 milhões prometida pela então deputada federal Amália Barros, que faleceu antes da liberação dos recursos.
O sucessor no Congresso, deputado Nelso Barbudo, chegou a retomar o diálogo, mas ainda não houve alinhamento efetivo com o município. Enquanto isso, a APAE segue atendendo 72 alunos com deficiência, em espaço limitado e com dificuldades financeiras, dependendo quase integralmente da solidariedade da comunidade e do apoio da Prefeitura.
Wesley Moreno/ PowerMix
Comunidade pede ação e respeito
“Não estamos contra a APAE, muito pelo contrário. Torcemos para que tudo se resolva e a nova sede seja construída. Mas o terreno não pode ficar assim, oferecendo risco para quem mora e circula por aqui”, reforça a moradora, que também convida autoridades e representantes da instituição a visitarem o local para entenderem a gravidade da situação.
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