Terra
A apresentadora Bel Gil, de 37 anos, resolveu se manifestar na noite de quarta-feira, 30, sobre as declarações do padre Danilo César a respeito da morte de sua irmã, Preta Gil (1974-2025). Durante a homilia de uma missa, realizada na paróquia Areial, na Paraíba, o religioso afirmou que 'os orixás não tinham forças porque não ressuscitaram a cantora'.
"É cada absurdo que a gente precisa ouvir... seu padre desrespeitoso", respondeu Bela Gil, em postagem realizada por meio do recurso stories do Instagram. O pronunciamento da apresentadora veio acompanhado de uma postagem de Leandro Karnal, que também expressou indignação com o assunto.
Na publicação, o historiador refletiu sobre a fala do padre Danilo César: "O sacerdote Danilo César fez sermão sobre a morte de Preta Gil. Argumentou que os orixás não devem possuir força pois... não ressuscitaram a artista. Para o padre, entidades que não conseguem evitar a morte, seriam falsas. Neste caso, de acordo com a lógica do próprio sacerdote, quantos católicos ressuscitaram?", questionou Karnal.
"Quantos papas [que recebem enorme quantidade de orações quando ficam doentes] mantiveram-se eternos e saíram saltitando pela praça de São Pedro? Não sei sobre vida eterna ou ressurreição, mas sei que Jesus mandou amar mesmo quem fosse diferente. Sei que, de acordo com Mateus 25, no dia do Juízo Final, o padre em questão é um sério candidato à condenação eterna por ser um homem cruel e preconceituoso", complementou o historiador.
O que aconteceu?
Foto:Reprodução/Instagram

No último domingo, imagens de uma missa conduzida pelo padre Danilo César viralizou nas redes sociais. Nas imagens, o religioso fez declarações controversas sobre a morte de Preta Gil e a religião da cantora. "Eu peço saúde, mas não alcanço saúde, é porque Deus sabe o que faz, ele sabe o que é melhor para você, que a morte é melhor para você. Como é o nome do pai de Preta Gil? Gilberto Gil fez uma oração aos orixás, cadê esses orixás que não ressuscitaram Preta Gil? Já enterraram?".
A Polícia Civil da Paraíba abriu um inquérito para investigar o padre, que deve responder por racismo religioso. A Diocese de Campina Grande se manifestou sobre o caso.
"O sacerdote, através da assessoria jurídica, irá prestar todos os esclarecimentos necessários aos órgãos competentes. A Diocese reitera seu compromisso com os direitos constitucionais da liberdade de crença e de culto, da igualdade e não discriminação religiosa, do direito à honra e à imagem dos mortos e do princípio da dignidade da pessoa humana. A Igreja Diocesana de Campina Grande reitera seu papel na sociedade, conforme o ordenamento jurídico brasileiro, cumprindo sua missão de anunciar o Evangelho de Jesus Cristo", diz a nota publicada nas redes sociais.